BRASIL

Fux rebate acusações de Bolsonaro e convida povo brasileiro a não cair em “narrativas fáceis e messiânicas”

Fux pediu ainda para que Bolsonaro não incite o ódio às instituições democráticas.

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8 de setembro de 2021
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, iniciou a sessão da Corte desta quarta-feira (8) com um pronunciamento em resposta aos discursos do presidente da República Jair Bolsonaro nas manifestações realizadas na terça-feira (7).

Fux rebate acusações de Bolsonaro e convida povo brasileiro a não cair em “narrativas fáceis e messiânicas”
Foto: STF

O ministro demonstrou preocupação diante das mensagens de ódio ao STF que estamparam os cartazes de muitos manifestantes.

Veja também | Manifestantes a favor de Bolsonaro tentam invadir Ministério da Saúde nesta quarta (8)

Fux pediu para que Bolsonaro não incite o ódio às instituições democráticas. Ele afirmou ainda que o STF nunca se negou ao aprimoramento institucional e que o Supremo seguirá fiel à Constituição. Convidou ainda o povo brasileiro a não cair em “narrativas fáceis e messiânicas”.

Segundo o ministro, tem sido cada veza mais comum que movimentos invoquem a democracia para defender causas antidemocráticas.

Leia o discurso do ministro Luiz Fux

Infelizmente, tem sido cada vez mais comum que alguns movimentos invoquem a democracia como pretexto para a promoção de ideais antidemocráticos.

Estejamos atentos a esses falsos profetas do patriotismo, que ignoram que democracias verdadeiras não admitem que se coloque o povo contra o povo, ou o povo contra as suas instituições.

Todos sabemos que quem promove o discurso do “nós contra eles” não propaga democracia, mas a política do caos.

Em verdade, a democracia é o discurso do “um por todos e todos por um, respeitadas as nossas diferenças e complexidades”.

Povo brasileiro, não caia na tentação das narrativas fáceis e messiânicas, que criam falsos inimigos da nação.

Mais do que nunca, o nosso tempo requer respeito aos poderes constituídos. O verdadeiro patriota não fecha os olhos para os problemas reais e urgentes do país. Pelo contrário, procura enfrentá-los, tal como um incansável artesão, tecendo consensos mínimos entre os grupos que naturalmente pensam diferentes. Só assim é possível pacificar e revigorar uma nação inteira.

Imbuído desse espírito democrático e de vigor institucional, este Supremo Tribunal Federal jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções.

Os juízes da Suprema Corte – e todos os mais de 20 mil magistrados do país – têm compromisso com a sua independência, assegurada nesse documento sagrado que é a nossa Constituição, que consagra as aspirações do povo brasileiro e faz jus às lutas por direitos empreendidas pelas gerações que nos antecederam.

O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de representar um atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional.

Num ambiente político maduro, questionamentos às decisões judiciais devem ser realizados não através da desobediência, não através da desordem, não através do caos provocado, mas decerto pelos recursos que as vias processuais oferecem.

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Discursos de Bolsonaro

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez um discurso rápido na terça-feira, feriado de 7 de setembro, aos seus apoiadores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e outro mais demorada na Avenida Paulista, em São Paulo. Durante a sua fala, o Líder do Executivo ameaçou, mesmo sem citar alguns nomes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, ordenando que ele “enquadre” Alexandre de Moraes.

Sobre o processo eleitoral, o presidente, que até o momento não tem ligação com nenhum partido político, disse: “não podemos admitir um sistema eleitoral que não oferece qualquer segurança”. Ele disparou ainda:

“Quero dizer àqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: só Deus me tira de lá”

Já sobre o ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro convocou os manifestantes a não permitir que o jurista “continue a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa constituição”. Segundo o presidente, Moraes teve todas as oportunidades para agir.

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