SAÚDE

Covid-19: Câmara aprova projeto que facilita remanejamento de verbas para pesquisas

Pelo texto, os recursos remanejados deverão ser destinados, preferencialmente, ao desenvolvimento de vacinas

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12 de janeiro de 2022
Roberta Fontelles

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3610/20, que autoriza o Governo Federal a remanejar, por ato próprio, recursos contingenciados do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para projetos de pesquisa da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).  Pelo texto, os recursos remanejados deverão ser destinados, preferencialmente, ao desenvolvimento de vacinas, medicamentos e equipamentos destinados ao combate à Covid-19.

Covid-19: Câmara aprova projeto que facilita remanejamento de verbas para pesquisas
Foto: Governo Federal

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Projeto para tratamento da Covid-19

Segundo a relatora, a deputada Angela Amin (PP-SC), a medida desburocratiza o remanejamento de recursos contingenciados para pesquisas.

“É preciso que questões burocráticas não sejam obstáculos para o direcionamento de recursos conforme as necessidades”, disse Amin. O projeto tem foco em projetos de pesquisa contra a Covid-19.

Conheça a Finep

A Finep é uma empresa pública que financia pesquisas básicas em instituições e empresas. Pelo texto, os recursos remanejados deverão ser destinados, preferencialmente, ao desenvolvimento de vacinas, medicamentos e equipamentos destinados ao combate da Covid-19.

Leia mais | Pesquisa da UFC conclui que medicamentos do coquetel anti-HIV não têm eficácia no tratamento da covid-19

Coquetel anti-HIV no tratamento da Covid-19

Pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Biomedicina (NUBIMED), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, em parceria com outras instituições, concluiu que medicamentos que compõem o coquetel anti-HIV não têm eficácia no tratamento da covid-19. O protocolo do estudo aplicou uma combinação dos fármacos tenofovir e emtricitabina, utilizados no tratamento de pessoas com o vírus da Aids, mas as substâncias não alteraram significativamente o quadro sintomático em pacientes com o novo coronavírus.

“A pesquisa tem suas limitações e sugerimos novos estudos com protocolos diferentes, mas podemos afirmar que não há recomendação para o uso desses medicamentos no tratamento de pacientes com a covid-19”, conclui o Prof. Aldo Ângelo Lima, coordenador do NUBIMED e principal investigador do estudo, publicado no fim de 2021 no European Journal of Respiratory Medicine.

Os dois fármacos foram testados porque estudos de simulação computacional e testes com animais experimentalmente infectados com o vírus SARS-CoV-2 indicavam que eles conseguiam inibir a enzima polimerase de RNA do vírus da covid-19, que é usada pelo SARS-CoV-2 para se multiplicar. Dessa forma, acreditava-se que os medicamentos poderiam reduzir a infecção e, consequentemente, a gravidade da covid-19.

A hipótese foi testada de novembro de 2020 a julho de 2021 no Ceará, com 227 pacientes encaminhados ao Hospital São José, em Fortaleza. Todos eles apresentavam suspeita clínica de infecção respiratória por SARS-CoV-2, de intensidade leve a moderada.

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