Procedimento considerado complexo é indicado somente em casos extremos
Transplante de córnea: especialista esclarece as principais dúvidas
Em 2021, o número de transplantes de órgãos caiu no Brasil se comparado a 2019. Um levantamento do Ministério da Saúde revelou que, entre os meses de janeiro e novembro, foram feitos 12 mil procedimentos. O ano de 2020 teve o registro de 13 mil transplantes. A lista de espera nacional no ano passado fechou em 34.380 pessoas, mas um dos procedimentos que ficaram prejudicados na pandemia foi o transplante de córnea.
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Para a médica oftalmologista especialista em córnea, Débora Vasconcelos, com a pandemia de Covid-19 e medidas de isolamento social nesses dois anos, a captação de córneas ficou prejudicada e a fila de espera voltou a crescer, tornando o transplante de córnea inviável para muitos. Existe ainda a falta de conhecimento sobre como doar e seus procedimentos.
“As pessoas, por vezes, não conhecem o bem que a doação de córnea pode fazer”, diz a médica; “por isso, é importante explicar como esse ato acontece e alguns detalhes particulares deles”.
O que é a córnea?
“A córnea é um tecido transparente que fica localizado na parte frontal do olho. Fazendo analogia com a máquina fotográfica, é a primeira lente por onde a luz penetra, e precisa estar em plena transparência para que a luz atravesse todo o olho até chegar na parte posterior onde a imagem é decodificada”, explica. “Quando a córnea é danificada (por doenças e traumatismos) e perde essa transparência, a visão fica prejudicada. Após se esgotarem as outras alternativas de tratamento, o transplante desse tecido se faz necessário para a reabilitação da visão do paciente.”
“Alguns acometimentos que prejudicam a transparência da córnea são: ceratocone, doenças congênitas, distrofias de córnea e cicatrizes após algum trauma”, afirma Débora Vasconcelos. Porém, até doenças mais “simples”, como conjuntivite, podem ter complicações mais graves e que requerem um transplante de córnea.
Quem pode autorizar a doação?
O processo deve ser autorizado pela família. “Não há necessidade de ter um documento escrito pelo doador; por isso, é importante que quem queira ser doador de córnea, avise os familiares sobre a sua decisão”, diz a médica. E o procedimento de retirada (captação) da córnea doadora é feito no leito de partida do doador por especialistas nisso e deve ser feito em poucas horas após a partida.
Quem pode ser um doador de córnea?
Não existem restrições com relação a ter realizado cirurgias nos olhos, possuir miopia, hipermetropia e astigmatismo. “Mas em alguns casos a doação não pode ser feita, como linfomas ativos e leucemias, Hepatites B e/ou C, HIV (AIDS), Infecção generalizada, Endocardite bacteriana, Raiva, ou algumas doenças em atividade como sífilis ativa e leptospirose”, explica a especialista.
A doação atrapalha a despedida de familiares e amigos?
“Não, os tecidos que são retirados através da técnica cirúrgica não deixam vestígios e não atrapalham no momento da despedida”, afirma.
“Quando já não temos mais recursos para reabilitar a visão do paciente com problema na córnea, a última alternativa é o transplante. E a doação, como um ato importantíssimo de amor ao próximo, pode trazer luz aos olhos de quem muito precisa nesse momento”, conclui a oftalmologista.
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Transplante de córnea
Para aqueles que querem saber mais sobre a doação de córnea, entre em contato com o Banco de Olhos do Ceará através do telefone, (85) 3227-0714, ou acesse o site.
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