SAÚDE

Homem que recebeu transplante inédito de coração de porco morre nos EUA

David Bennett, de 57 anos, recebeu o órgão em cirurgia feita em janeiro deste ano

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9 de março de 2022
Roberta Fontelles

O primeiro homem a receber em um transplante um coração de porco geneticamente modificado morreu na última terça-feira (9), nos Estados Unidos (EUA). David Bennett, de 57 anos, recebeu o órgão em cirurgia feita em janeiro deste ano, no Centro Médico da Universidade de Maryland, em Baltimore.

Homem que recebeu transplante inédito de coração de porco morre nos EUA
Foto: University of Maryland School of Medicine via BBC

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Coração de porco

Ele morre dois meses após o procedimento cirúrgico. O paciente passou os meses anteriores à cirurgia na cama e ligado a uma máquina de suporte à vida. “Esta foi uma cirurgia revolucionária e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos”, afirmou Bartley Griffith, que transplantou o coração do porco.

Técnica inovadora com o órgão

A equipe médica informou que o porco doador pertencia a um rebanho que passou por um procedimento de modificação genética para remover um gene que produz um açúcar que teria desencadeado forte resposta imune de um ser humano e causado a rejeição do órgão.

A modificação genética foi realizada pela Revivicor (empresa de biotecnologia), que também forneceu o porco usado em um transplante de rim inovador em um paciente com morte cerebral, em Nova York, em outubro de 2021.

O coração de porco doado permaneceu em uma máquina para preservá-lo antes da cirurgia, e a equipe também usou um novo medicamento junto com outras substâncias convencionais para suprimir o sistema imunológico e impedir a rejeição do órgão.

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Atualmente, cerca de 110 mil americanos estão à espera de um transplante de órgão, e mais de 6.000 pacientes morrem a cada ano antes de recebê-lo, de acordo com dados oficiais.

Para dar conta dessa demanda, os médicos há muito se interessam pelo chamado xenotransplante, ou doação de órgãos entre espécies, com experimentos que remontam ao século 17.

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As primeiras pesquisas se concentraram na extração de órgãos de primatas. Hoje, as válvulas cardíacas de porco são amplamente utilizadas em humanos, e a pele desse animal é enxertada em pessoas que sofreram queimaduras.

Segundo os cientistas, os porcos são doadores ideais devido ao seu tamanho, crescimento rápido, ninhadas grandes e ao fato de estarem prontamente disponíveis, sendo criados para alimentação.

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