Há exatos 2 anos, no dia 19 de março de 2020, uma quinta-feira, entrava em vigor o primeiro decreto de isolamento social no Ceará. O anúncio havia sido feito pelo governo no dia 16, segunda-feira.

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A decisão foi tomada após reunião do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus, que reunia 25 entidades. Na ocasião, o governador Camilo Santana (PT) decretou estado de emergência e anunciou ações para combater o avanço da doença.

Medidas

Entre as principais medidas preventivas do comitê, o governador informou que, via decreto oficial, estavam suspensos quaisquer eventos públicos no Ceará acima de 100 pessoas. Suspensão de atividades em escolas e universidades públicas, estaduais e municipais de Fortaleza, além de recomendar que as escolas particulares fizessem o mesmo.

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Escolas e universidades públicas tiveram aulas suspensas a partir daquele dia. Voos internacionais para o Ceará também foram suspensos.

A Secretaria Estadual de Saúde (SESA) tinha confirmado 9 casos da doença no Ceará até então. Foram 8 Em Fortaleza e 1 em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

O então secretário de saúde do Ceará, Cabeto Martins, também falou após a reunião sobre as medidas do governo. Segundo ele, naquela data, “o estado deveria ter o pico da doença em abril”. Dr. Cabeto afirmou, ainda, que o “Hospital Leonardo da Vinci, reativado pelo governo, iria oferecer 230 leitos para atendimento de possíveis casos de covid-19”. Mais tarde, a unidade foi adquirida pelo governo do estado.

Além das aulas suspensas, muitos equipamentos também cancelaram eventos e atrações musicais. O Cineteatro São Luiz e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura suspenderam as atividades.
As alterações não pararam por aí. Quatro shoppings de Fortaleza e um da região metropolitana cancelaram ações programadas para aquela semana.

No interior, o decreto também afetou atividades semelhantes. Os centros culturais Banco do Nordeste de Fortaleza e de Juazeiro do Norte tiveram as atividades suspensas.

Futebol

No futebol, a Federação Cearense decidiu por dar continuidade ao campeonato cearense com portões fechados para torcedores. Apenas atletas e comissões técnicas tinham acesso aos estádios.

Transporte público

Aqui na capital, uma das preocupações era em relação ao transporte público. O então prefeito Roberto Cláudio (PDT), que também participou da reunião do comitê, garantiu que os ônibus e topics iriam ter higienização constante pra evitar a propagação do vírus.

Mas o tempo mostrou que o transporte coletivo foi um sério problema enfrentado pela cidade. Por várias vezes, o Ministério público do Ceará (MPCE) se manifestou pedindo esclarecimentos e medidas pra reduzir a lotação nos ônibus.

O primeiro decreto de isolamento social teve validade de 15 dias e, posteriormente, foi renovado pelo governo do estado, com mais restrições, até chegar ao isolamento social rígido, conhecido como “lockdown”, decretado em maio de 2020 pelo governo.