Apesar da decisão, o guru foi condenado em outro processo a 34 anos de prisão.
Guru Ikky é absolvido de acusações de charlatanismo, curandeirismo e lesão corporal e violação sexual
A Justiça do Ceará absolveu o guru da Comunidade Afago, Pedro Ícaro de Medeiros, conhecido como Ikky, das acusações de charlatanismo, curandeirismo e lesão corporal e violação sexual mediante fraude. Os crimes teria sido cometidos contra jovens que participaram de seita em Fortaleza. O Ministério Público do Ceará (MPCE) recorreu a absolvição do guru, entrando com recurso de apelação. O processo corre em segredo de Justiça.
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De acordo com a Justiça, a fraude da qual o guru foi acusado foi “grosseira, a ponto de não configurar o crime de importunação sexual mediante fraude, posto que as vítimas eram instruídas, muitas delas universitárias e moradoras da Capital, portanto, possuidoras de discernimento próprio do homem médio”.
Condenação
Apesar do resultado recente, Ikky foi condenado, em outro processo, a 34 anos de prisão por crimes sexuais contra jovens que frequentavam a comunidade criada por ele mesmo. A sentença foi proferida no último dia 16 de março. O estudante de filosofia foi condenado pelo crime de estupro de vulnerável e deve permanecer em regime fechado.
Segundo a decisão, Pedro Ícaro “aproveitou-se do fato de ser mentor espiritual das vítimas e as submeteu às práticas sexuais”.
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Prisão do guru
O guru Ikky teve prisão preventiva decretada em setembro de 2020. Ele recebeu denúncias de cerca de 50 jovens de várias partes do país por abusos sexuais, físicos e psicológicos.
As primeiras denúncias contra Pedro Ícaro foram de crimes ocorridos entre 2018 e 2019, apontados por jovens que frequentavam a Comunidade Afago.
A comunidade criada por ele funcionava como uma seita espiritual e atraía vários jovens com a promessa de tratamento espiritual, projeto social e cursos terapêuticos.
As investigações contra Pedro Ícaro começaram depois de circularem informações nas redes sociais sobre os crimes cometidos na comunidade que ele fundou. A hashtag #exposedfortal chamou a atenção do Ministério Público que lançou uma campanha convocando pessoas que tenham sido vítimas de crimes sexuais no Ceará. Foi então que dois adolescentes apresentaram denúncias contra Pedro Ícaro.
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