Daqui pra frente: a música digital nos anos 2020
O termo “baixar música” encontra-se em extinção. A popularidade do Youtube como uma plataforma de consumo de música, além dos serviços de streaming como o Spotify e a Deezer, estabelece um novo momento para o mundo da música atualmente, colocando de lado toda a “cultura do download”, muito popular no início dos anos 2000.
O que parecia um mar de rosas no início do novo século, hoje se torna um hábito menos frequente devido a extinção de blogs e portais que se dedicavam a uma grande oferta de arquivos em MP3 prontos para serem transportados para um computador.
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Há também hoje um forte monitoramento da pirataria online que vem derrubando qualquer portal ou site que ofereça filmes e músicas sem autorização ou liberação dos direitos autorais. Caso você ainda não saiba, baixar estes tipos de conteúdos é considerado um ato ilegal.
Apesar de tantas limitações, o download ainda permanece atuante em lojas de música digital como o Itunes e em plataformas específicas como o Sua Música e o Palco MP3, populares por trazerem artistas periféricos e de “baixo calão” para o meio digital.
Integrando-se a este novo cenário, algumas plataformas de entretenimento/redes sociais como o Tik Tok e o Instagram começaram a explorar o lado musical como uma alternativa de manterem seus usuários mais tempo dentro das plataformas pela música (inclusive muitas músicas já são produzidas para viralizarem nesses ambientes digitais).
Tanto os desafios (challenges) do Tik Tok, quanto a possibilidade de criar stories com trilhas sonoras no Instagram apontam para a tendência de musicalizar experiências realizadas dentro desses ambientes e isso tem se refletido na própria indústria da música.
De acordo com uma pesquisa do blog Opinion Box, os stories do Instagram tem apresentado relevância entre os usuários com 63% de aceitação, sendo utilizadas ao menos uma vez por dia por 34% dos usuários e assistidos por 77%. As possibilidades do compartilhamento musical só fortalecem o esforço para que os stories sejam mais utilizados.
Já no Tik Tok, a música Oh No do Kreepa já foi usada como trilha em mais de seis milhões de vídeos. Lançada em 2019, a música já pode ser considerada uma das mais populares da plataforma de entretenimento. No Spotify ela foi tocada mais de sete milhões de vezes e no Youtube as suas versões também passam fácil de cem mil visualizações.
Um outro exemplo, dessa vez nacional e pensando de maneira estratégica, foi da cantora Anitta com a música Desce Pro Play (PA PA PA) em parceria com MC Zaac e Tyga. Com letra fácil e um ritmo facilmente coreografado, a música facilmente foi um sucesso no Tik Tok com quase dois milhões de vídeos.
Apesar das polêmicas entre as plataformas, muitos vídeos produzidos no Tik Tok são compartilhados no Instagram resultando numa ampliação musical tendo em vista que muitos usuários do insta podem não usar a plataforma chinesa.
Assim como em outros segmentos, a música no meio digital passa a ser parte de uma experiência a ser mostrada, compartilhada com outros usuários, e isso já indica uma grande mudança para o mercado da música.
Flávio Marcílio Maia
Mestre em Comunicação, redator conteudista e professor substituto na Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
As opiniões não refletem o posicionamento do Grupo Cidade de Comunicação.
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* Os dados informados de streams e visualizações nas plataformas foram feitos em 16 de dezembro de 2020 acessando as próprias plataformas.
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