O DIFERENTE INCOMODA
As diferenças entre indivíduos, grupos ou sociedades fazem parte da condição humana e ajudam na construção de identidades e percepções de si mesmo.
Ainda que a sentença acima seja uma constatação, as diferenças incomodam e, muitas vezes, geram comportamentos violentos.
A Diferença causa medo
Os posicionamentos baseados na ideia de que existe uma visão de mundo, uma crença ou um comportamento correto e todos os demais, os diferentes, devem ser exterminados, não são exclusivos de uma sociedade ou de uma época.
O choque entre diferentes pode suscitar atitudes agressivas por dois aspectos: a dificuldade de pensar a diferença e o medo da diferença.
Com relação ao primeiro item, temos maneiras de pensar, de sentir e de agir construídas socialmente e entregues aos indivíduos como a verdade, portanto o cérebro acomoda-se ao atalho dado pela sociedade.
No que concerne ao segundo aspecto, os indivíduos temem a diferença porque ela pode ameaçar tudo aquilo que sempre foi apresentado como pleno.
O ataque aos diferentes como estratégia
Do ponto de vista da estratégia política, atacar os diferentes rende lucros simbólicos porque fortalece indivíduos e grupos que são sustentados por visões de mundo consideradas absolutas. Com isso, formam-se bolhas infladas por convicções compartilhadas e agressões violentas aos perturbadores, aos questionadores, aos que ameaçam a perpetuação do projeto de poder.
Portanto, a despeito da racionalidade daqueles que se utilizam das convicções alheias para a sua própria sobrevivência, há um forte componente emocional responsável pela formação de trincheiras no campo da batalha política. Disso resultam o radicalismo, a incapacidade de escutar o outro, a desqualificação do outro no plano discursivo.
Fortalecimento do ataque através das mídias digitais
O fenômeno não e novo, mas a utilização das mídias digitais (e esse é um dos lados dessas ferramentas) pode favorecer atitudes sectárias, violentas e criminosas ao possibilitar o contato e o encorajamento de pessoas para um retorno ao “estado de natureza hobbesiano”.
Concluindo, os articuladores desse movimento nas mídias digitais atacam para intimidar e forçar o isolamento daqueles que pensam, agem ou sentem de maneira diferente, forjando o estado de medo deflagrado na “guerra de todos contra todos”.
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