SAÚDE

Casos de síndromes respiratórias graves em crianças até 4 anos apresentam tendência de alta

Casos de VSR aumentaram na faixa etária, superando os de covid-19

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4 de novembro de 2022
Portal GCMAIS

Os casos de síndromes respiratórias graves em crianças até 4 anos apresentam tendência de alta, segundo o Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa monitora os casos de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), casos em que síndromes gripais evoluem e causam hospitalizações.

Casos de síndromes respiratórias graves em crianças até 4 anos apresentam tendência de alta
Foto: Reprodução

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De acordo com o levantamento, os casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) aumentaram na faixa etária e o vírus se tornou o principal causador de SRAG viral na população nas últimas quatro semanas, superando o SARS-CoV-2, vírus da covid-19.

O boletim mostra que, entre os casos com resultado laboratorial positivo para vírus respiratórios, 19,9% foram Influenza A; 0,6%, Influenza B; 26,4%, VSR; e 26,0%, SARS-CoV-2. Entre os óbitos, o SARS-CoV-2 continua a dominar, com 68,6%.

O estudo indica que o estado de São Paulo segue mostrando a presença significativa de casos positivos para Influenza nas últimas semanas, enquanto os demais estados, que tiveram sinal de aumento na presença deste vírus no mês anterior, vivem possível interrupção no crescimento, embora os dados laboratoriais ainda sejam considerados preliminares.

No estado do Amazonas foi observado aumento de casos positivos de covid-19, o que pode explicar o sinal de crescimento nos casos de síndromes respiratórias aguas graves (SRAG) na população adulta do estado.

Além do Amazonas, há tendência de aumento na SRAG em Alagoas, Amapá, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco e São Paulo. Na maioria dos casos, o aumento de hospitalizações está concentrado na faixa etária das crianças e associado ao VSR.

Síndromes respiratórias

O VSR é classificado como um pneumovírus, tendo subgrupos A e B. Segundo o Manual Merck de Diagnóstico e Tratamento, ele é “onipresente” e “quase todas as crianças são infectadas aos 4 anos de idade”.

As epidemias de VSR são comuns no Brasil no outono e até meados de julho.

“Como a resposta imunitária ao VSR não protege contra reinfecção, a taxa de ataque é de aproximadamente 40% para todas as pessoas expostas. Contudo, anticorpos contra o VSR diminuem a gravidade da doença. O VSR é a causa mais comum de doença do trato respiratório inferior em crianças pequenas”, acrescenta o manual.

Como ocorre a transmissão? 

Por ser um vírus respiratório, a infecção se dá por contato próximo com alguém que esteja com o vírus.

Assim como a Covid-19, o VSR é transmitido por gotículas de saliva, secreções de espirro ou tosse.

Encostar com as mãos em superfícies contaminadas e posteriormente levá-las aos olhos, boca ou nariz também é outra forma de pegar a doença.

Quais são os principais sintomas e quanto tempo duram?

O CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos reforça que a maioria dos casos de infecção pelo VSR costuma apresentar sintomas leves que aparecem em etapas, e não juntos. São eles:

• coriza;
• diminuição do apetite;
• tosse, que pode evoluir para chiado;
• espirros; e
• febre.

Segundo o órgão, esses sintomas geralmente desaparecem após quatro ou seis dias, mas podem durar até duas semanas.

Cabe ressaltar que os sintomas em bebês com menos de 6 meses costumam ser um pouco diferentes. Eles podem apresentar:

• irritabilidade;
• atividade diminuída;
• diminuição do apetite; e
• apneia (pausa enquanto respira).

Qual é o tratamento?

Não existem medicamentos específicos para combater a infecção pelo VSR. É o organismo da criança que vai tratar a doença. O que pode ser feito é o controle dos sintomas.

Por exemplo, se houve febre, devem ser usados medicamentos antitérmicos e analgésicos de venda livre. O CDC alerta para nunca dar Aspirina (ácido acetilsalicílico ou AAS) a crianças.

É fundamental manter a ingestão de líquidos durante a doença, para evitar que as crianças fiquem desidratadas.

Independentemente de saber qual é o vírus causador do quadro gripal da criança, os pais ou responsáveis devem buscar orientação médica antes de administrar qualquer remédio.

Até o momento não há uma vacina para prevenir a infecção pelo VSR.

Em bebês de alto risco, pode-se fazer uso, sob supervisão médica, de um medicamento chamado palivizumabe, que é um anticorpo pronto para induzir imunidade contra o VSR.

Quais as complicações?

A infecção pelo VSR pode evoluir para quadros de bronquiolite (inflamação das pequenas vias aéreas dos pulmões) ou para pneumonia (infecção dos pulmões).

“Uma a duas em cada 100 crianças com menos de 6 meses de idade com infecção por VSR podem precisar ser hospitalizadas. Aqueles que estão hospitalizados podem precisar de oxigênio, intubação e/ou ventilação mecânica [ajuda na respiração]. A maioria melhora com esses tipos de cuidado de suporte e recebe alta em poucos dias”, acrescenta o CDC.

As complicações do VSR costumam ser mais frequentes nos seguintes grupos:

• bebês prematuros;
• bebês muito jovens, especialmente aqueles com 6 meses ou menos;
• crianças menores de 2 anos com doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita (presente desde o nascimento);
• crianças com sistema imunológico enfraquecido; e
• crianças com distúrbios neuromusculares, incluindo aquelas que têm dificuldade de engolir ou limpar secreções de muco.

Quais são os sinais de alerta?

Deve-se procurar atendimento de urgência se a criança apresentar dificuldade para respirar, febre persistente, não beber líquido suficiente ou se qualquer sintoma piorar.

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