ESPECTRO AUTISTA

Associação Pintando SeTEAzul acolhe 250 pessoas autistas e seus familiares

Atualmente a APSA-CE  atende 250 pessoas autistas e seus familiares

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14 de dezembro de 2022
Portal GCMAIS

Muitas associações que atendem autistas surgiram da força de mães que lutam pela inserção dos filhos na sociedade. Lutam pelo desenvolvimento e por direitos. Mas a maioria delas, ainda hoje, é voltada para crianças. E o autismo segue o fluxo da vida. Como ficam, então, os adolescentes dentro do espectro? Foi com esse objetivo que surgiu a  Associação Pintando SeTEAzul (APSA-CE). Atualmente a Associação Pintando SeTEAzul (APSA-CE) assiste 250 pessoas e seus familiares.

Associação Pintando SeTEAzul acolhe 250 pessoas autistas e seus familiares
Foto: Reprodução

De caráter assistencial, beneficente, sem fins lucrativos, a instituição foi fundada 2015 por pais e amigos de pessoas Autistas. Devido a carência de profissionais para o diagnóstico precoce e espaços devidamente adaptados para os atendimento das Pessoas Autistas, os pais e amigos se uniram para trabalharem através da propagação de informação e assim diminuir o preconceito bem como ter qualidade de vida para todas pessoas autistas do Ceará, como destaca Elizângela Camilo, Fundadora da associação.

“Mãe e amigos de autistas se encontraram em praças para que a partir dai as mães lutassem por direitos dos autistas, Nosso objetivo não é comente chegar até o autista, a gente que acolher também a família, porque sabemos que o cuidados também precisa de cuidado”, informou.

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Pelo trabalho importante que vem sendo realizado, a APSACE recebeu o título de Utilidade Pública Municipal, fazemos parte do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Infantil Albert Sabin e participamos do Programa SENAI de Ações Inclusivas – PSAI é coordenado pelo SENAI Departamento Nacional e desenvolvido nos Departamentos Regionais.

Atualmente, a Casa Pintando SeTEAzul se localiza rua João Melo, 97, no bairro Damas, em Fortaleza. O projeto se expandiu para uma loja no Shopping Benfica, que vende de produtos personalizados. Toda renda é revertida para manter os projetos da associação.

 

Sobre o autismo

A sensibilidade sensorial de alguém com autismo pode ser bem diferente se comparada com o processamento sensorial de um neurotípico. Não é incomum que muitas vezes o primeiro sinal de autismo se apresenta com a dificuldade de um bebê em estar em locais movimentados e diferentes: muito barulho, luzes ou cheiros fortes ou estímulos táteis que causam desconforto podem arruinar completamente o dia deles.

Em contrapartida, existem aqueles que, no lugar de sofrerem com a intensidade de estímulos, são menos sensíveis a eles, ou ainda, que têm uma combinação das duas coisas. Muitas vezes, isso também é um problema. Isso porque é comum que nesses casos haja menos sensibilidade à dor, dificultando o tratamento de alguns problemas como machucados, por exemplo. Além disso, pode ser mais difícil para o autista identificar se está com sede, fome ou satisfeito, podendo levar ao sobrepeso, desnutrição ou desidratação.

Índice

1 Autismo e sensibilidade sensorial: consequências
1.1 Nos autistas de grau I
1.2 Nos autistas de grau II e III
2 Autismo e sensibilidade sensorial: crises de sobrecarga
3 Autismo e sensibilidade sensorial: o que pode ser feito
3.1 Tornando os ambientes mais inclusivos
3.2 Terapias que podem ajudar
Autismo e sensibilidade sensorial: consequências
Para a maior parte das pessoas com autismo, a sensibilidade sensorial (também chamada de disfunção sensorial) faz parte da vida diária. Isso pode se apresentar de diferentes formas: desde incômodo causado pelo excesso de estímulos, até preferências sensoriais que podem envolver a busca de atividades prazerosas, estimulantes ou calmantes. Além disso, as pessoas costumam ter diferenças sensoriais que vão desde hipersensibilidade a odores, ao sabor e textura dos alimentos, toque, ruídos altos, luzes fortes e até mesmo sensibilidade à luz solar intensa quando ao ar livre.

As consequências disso tudo são tão diversas quanto as suas manifestações. É claro que, sabendo que todo autista é diferente, essas diferenças também ocorrem nas formas de sentir os estímulos sensoriais e como isso afeta cada um no dia a dia. Nesse sentido, tudo depende do grau de autismo e de como é a rotina de cada um em particular.

Nos autistas de grau I

Pessoas com autismo de grau I (ou autismo leve), não estão imunes à sensibilidade sensorial. Na verdade, aqueles que dizem que quem tem autismo leve tem uma “vida normal” não poderiam estar mais errados. O problema da invisibilidade começa quando existe essa crença e só se agrava conforme as necessidades dessas pessoas são negligenciadas por serem vistas como “frescura” por alguns. Afinal, se a pessoa está “vivendo uma vida normal”, porque ela não consegue trabalhar ou estudar em uma sala iluminada, ou participar de um evento movimentado? “Como assim, seletividade alimentar? Isso não é coisa de criança?”. Bem, esse são só alguns exemplos de como os autistas de grau I podem ser incompreendidos e de como isso afeta suas vidas.

Imagine como deve ser entrar em um supermercado e as luzes fortes fazerem você querer desistir das compras e sair de mãos vazias. Ou precisar recusar o convite de estar com bons amigos pois o encontro é em um lugar repleto de estímulos que certamente vão te deixar sobrecarregado. Não conseguir curtir a praia, pois a luz do sol, o barulho do mar, a sensação da areia na pele, nada disso te faz bem? Acho que deu pra entender o ponto aqui, não é mesmo? A sensibilidade pode significar precisar fazer sacrifícios, o que por sua vez pode levar a frustração e ansiedade.

Isso sem falar nas vezes em que não é possível evitar esses estímulos. Isso pode ser extremamente desgastante física e emocionalmente e pode deixar a pessoa exausta demais para realizar outras tarefas importantes.

Nos autistas de grau II e III

Quando há comprometimento cognitivo, lidar com a sensibilidade sensorial no autismo também pode ser bastante desafiador. Isso se agrava ainda mais quando as habilidades de comunicação verbal e até mesmo não verbal são prejudicadas. Afinal, se a pessoa não consegue comunicar o que a sobrecarrega, como os cuidadores vão saber disso? Nessas horas, é essencial ficar atento aos sinais: o autista fica com os olhos cerrados ou irritados ao olhar para as telas, ou quando a luz está acesa? Caso a resposta seja sim, teste diminuir o brilho da TV e substituir a iluminação por lâmpadas menos potentes e veja a reação. Pode não parecer, mas essas adaptações podem melhorar e muito a qualidade de vida do autista.

O excesso de estímulos pode deixar o autista mais irritado, agressivo e agitado. É claro que existem muitos outros fatores que influenciam nesses pontos, mas diminuir os estímulos negativos e incentivar aqueles que trazem conforto (como brinquedos sensoriais, por exemplo) é uma boa forma de ajudar nesses sintomas. Por exemplo: além de testar diminuir as luzes, faça o possível para diminuir também a altura dos sons. Talvez a TV ou o rádio esteja num volume baixo para você, mas lembre-se que para o autista o mesmo volume pode ser ensurdecedor.

Autismo e sensibilidade sensorial: crises de sobrecarga

A sobrecarga sensorial acontece quando um estímulo intenso afeta a capacidade de enfrentamento do autista. Isso pode ser desencadeado por um único evento, como um ruído alto inesperado, ou pode aumentar com o tempo devido ao esforço necessário para lidar com as sensibilidades sensoriais na vida diária. A sobrecarga pode levar a uma ansiedade intensa, necessidade de escapar da situação ou dificuldade de comunicação. De fato, quando o cérebro tem que colocar todos os seus recursos no processamento sensorial, ele pode desligar outras funções, como fala, tomada de decisão e processamento de informações.

Muitos autistas apresentam alguns comportamentos quando estão enfrentando uma crise de sobrecarga sensorial. Saber identificar esses comportamentos é importante na hora de buscar amenizar a situação. Veja alguns exemplos:

Agitação aumentada, como pular, girar ou bater nas coisas;
Aumento das estereotipias, como agitar as mãos, fazer ruídos repetitivos ou balançar para frente e para trás;
Falar mais rápido e mais alto, ou não falar nada;
Cobrir as orelhas ou olhos;
Dificuldade em reconhecer sensações internas como fome, dor ou necessidade de usar o banheiro;
Recusar ou insistir em certos alimentos ou itens de vestuário;
Mastigação de itens não alimentares;
Toques rítmicos em si ou nas outras pessoas;
Dificuldade de comunicação ou resposta (desligamento);
Emoções intensas ou necessidade de escapar de uma situação (colapso).
Autismo e sensibilidade sensorial: o que pode ser feito
Para que a sensibilidade sensorial não tenha tantos impactos negativos na vida do autista, alguns cuidados precisam ser tomados. Isso vai desde evitar os gatilhos e tornar os ambientes mais inclusivos, até terapias que ajudam a processar melhor os estímulos sensoriais.

Tornando os ambientes mais inclusivos

Essa é uma preocupação que precisa ser levada em conta em todos os lugares possíveis que o autista frequente. Em casa, na escola, faculdade ou trabalho, é importante que fique claro quais são as necessidades em particular de cada autista para que seja possível praticar a inclusão de forma adaptada e eficiente. Já falamos um pouco sobre como fazer isso em casa, agora, vamos às ideias para pôr em prática fora dela:

Converse com os diretores, professores e líderes sobre as necessidades do autista (ou suas, caso seja você o autista). Por exemplo: explicar que precisará usar óculos escuros para diminuir a exposição à luz, protetores auriculares ou fones de ouvido para reduzir ruídos, etc.
Sempre que possível, optar por participar de salas de aula ou setores de trabalho que tenham um número reduzido de pessoas, evitando assim as aglomerações que podem causar uma sobrecarga;
Falar abertamente com a escola, no caso das crianças e jovens dependentes, sobre possíveis dificuldades alimentares para evitar que ele seja exposto à texturas e sabores que o desagradam, pois isso pode agravar as dificuldades alimentares.

Terapias que podem ajudar

Certamente, as terapias são aliadas valiosas para lidar com a sensibilidade sensorial no autismo. Veja quais são as mais indicadas:

Terapia ocupacional: ajuda o autista a aprender a processar melhor os estímulos sensoriais no dia a dia, evitando as crises de sobrecarga e proporcionando mais qualidade de vida e possibilidades de enfrentamento e auto regulação.
Terapia alimentar: ajuda a lidar com aversões a sabores e texturas de alimentos, possibilitando a ampliação do cardápio e consequentemente uma nutrição mais adequada e completa. Além disso, pode auxiliar com as sensibilidades insuficientes ou excessivas que dificultam a mastigação e deglutição.
Fonoaudiologia: utiliza técnicas que promovem a redução de sensibilidade e estimulação sensorial para melhorar a fala, a deglutição e os movimentos musculares da região envolvida nessas funções.

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