POLÍCIA

Cinco pessoas são presas no Cariri durante megaoperação para desarticular organização criminosa

Operação IL Padrino foi deflagrada nesta quinta-feira (4) para desarticular organização criminosa voltada para o tráfico de drogas

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4 de maio de 2023
Portal GCMAIS

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) participa, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (4), da “Operação IL Padrino”, deflagrada em uma ação conjunta em sete estados e o Distrito Federal. No Ceará, até o momento, foram presas cinco pessoas. Além das prisões, foram apreendidos aparelhos eletrônicos, uma pistola, munições, joias, dinheiro e 12 veículos, sendo oito carros e quatro motocicletas. Os alvos foram capturados em Juazeiro e Araripe, na região do Cariri, no Sul do Estado.

Cinco pessoas são presas no Cariri durante megaoperação para desarticular organização criminosa
Foto: Ascom/DGPC

Em todo território nacional, são cumpridos 14 mandados de prisão, 80 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de dezenas de contas bancárias, com sequestro judicial de valores em conta, de cinco imóveis e mais de 20 veículos de luxo.

Os alvos são investigados por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa. A ação ocorre no Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins.

Participam da operação, que é coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), as Polícias Civis do Ceará (PC-CE), Goiás (PCGO), Mato Grosso do Sul (PCMS), Minas Gerais (PCMG), São Paulo (PCSP), Rio de Janeiro (PCRJ) e Tocantins (PCTO), além de servidores da A Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado no Estado do Ceará, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Federal. Cerca de 300 policiais atuam na operação em todo território nacional.

Mais informações serão repassadas ao longo do dia após a conclusão do trabalho policial.

Megatraficante preso no Cariri pagou R$ 1 milhão à vista por BMW

O megatraficante Cícero da Silva Oliveira, conhecido como “Padrinho”, chegou a pagar R$ 1 milhão, à vista, por uma BMW X6 Competiton, de acordo com investigações. O homem, preso durante a operação Il Padrino, em Juazeiro do Norte, na quinta-feira (4), usava o dinheiro adquirido comprando carros de luxo. Dinheiro e ouro também foram apreendidos na casa do megatraficante.

O megatraficante atuava no Distrito Federal, de acordo com investigações. Na garagem dele tinha vários veículos de luxo.

Segundo a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), o megatraficante teria gastado cerca de R$ 10 milhões com carrões, entre eles superesportivos da BMW, Mercedes e Jaguar. O homem mora em uma mansão avaliada em R$ 2,5 milhões em um condomínio luxuoso de Juazeiro do Norte.

Investigações também apontam ter havido omissão de concessionárias de veículos onde o traficante comprava carros caríssimos em nome de terceiros. Entre os carrões comprados pelo Padrinho estão modelos como Toyota Hilux, SW4, Jaguar, BMW 320, 2 Land Rover Velar e Dodge Ram.

Padrinho é considerado o único criminoso a manter negócios simultâneos com a cúpula de algumas das maiores e mais perigosas facções criminosas do país e se tornou alvo de intensa investigação. A operação “Il Padrino” mapeou centenas de transações envolvendo carregamentos de centenas de quilos de cocaína e milhões de reais.

Mais detalhes na reportagem:

Investigação no Distrito Federal

A operação é resultado de investigação direcionada à apuração de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O levantamento policial demonstrou que a organização criminosa é altamente hierarquizada e capitalizada, com atuação comprovada em diversos estados do Brasil.

Conforme a Polícia Civil do Distrito Federal, o principal investigado foi preso pela Cord/PCDF, em Brasília, quando ainda era um traficante mediano e atuava como batedor de carregamentos de drogas. Em 2013, ele foi preso com mais de mil comprimidos de “ecstasy” e condenado com outros quatro criminosos por tráfico e associação para o tráfico.

Conforme constou da sentença condenatória, “os investigados se associaram para praticar tráfico ilícito de drogas interestadual. Eles atuavam na compra, venda, transporte, armazenagem e distribuição de drogas entre “Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e o Distrito Federal, notadamente cocaína e drogas sintéticas”.

A Polícia Civil do Distrito Federal informou que, entre 2013 e 2023, foi a evolução de um traficante mediado, para uma das lideranças de facção criminosa local do DF, assim como a um traficante milionário.

Recentemente, o investigado foi condenado por integrar organização criminosa – Orcrim no DF. Essa organização criminosa do DF é responsável pela prática de vários delitos, tais como tráfico de drogas e armas de fogo, além de homicídios nas regiões do Riacho Fundo, Recanto das Emas, Samambaia, Ceilândia e Taguatinga.

A Cord/PCDF apurou que o líder da Orcrim investigada possui vínculos concretos com facção criminosa paulista, pois recebeu altos valores de contas correntes de “laranjas” identificadas como “contas caixas” da citada facção, para realização da venda de cocaína nesta capital.

As investigações apontam que o líder da organização criminosa e outros integrantes dela realizaram movimentações bancárias frequentes e de altos valores, muitas vezes milionários.

Apurou-se que a Orcrim recebeu dinheiro de inúmeros traficantes de drogas do DF, entorno e de outros estados. A organização também realizou atos notariais (transferiu direitos sobre de veículos) para vários criminosos envolvidos em crimes violentos e tráfico de drogas.

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