A Petrobras divulgou, nessa sexta-feira (28), a nova política de distribuição de dividendos, definida após uma reunião do Conselho de Administração da empresa. O percentual de remuneração aos acionistas foi reduzido de 60% para 45% do fluxo de caixa livre disponível no caixa da companhia.

O fluxo de caixa livre representa o valor que sobra no caixa após os investimentos. Com a nova política, a Petrobras também ampliou a definição de investimentos para incluir a recompra de suas próprias ações.

A estatal estabeleceu novas circunstâncias para a distribuição de dividendos. O Conselho de Administração determinou uma remuneração mínima de US$ 4 bilhões por ano para exercícios em que o preço médio do barril de petróleo tipo Brent seja superior a US$ 40 por barril.

A distribuição de 45% do fluxo de caixa livre será aplicada somente quando a dívida bruta da Petrobras for igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no Plano Estratégico 2024-2028 e quando a companhia obtiver lucro em um trimestre. Dessa forma, os dividendos serão pagos a cada três meses.

A política anterior estava em vigor desde 2011 e estabelecia que a Petrobras pagaria 60% do fluxo de caixa livre quando a dívida bruta da companhia estivesse abaixo de US$ 65 bilhões. No final de 2021, a petroleira permitiu a antecipação de dividendos.

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A nova política já será aplicada ao resultado do segundo trimestre de 2023, que será divulgado na próxima quinta-feira (3), segundo a Petrobras. A empresa afirma que as mudanças foram realizadas para garantir a previsibilidade do fluxo de pagamentos de proventos aos acionistas, mantendo a sustentabilidade financeira em curto, médio e longo prazos.

Além disso, a prática de recompra de ações está alinhada com outras grandes companhias petrolíferas internacionais, como complemento ao pagamento de dividendos. As mudanças na política de dividendos e recompra de ações foram solicitadas pelo Conselho de Administração em maio deste ano.

Política de dividendos da Petrobras

A nova política de dividendos era aguardada após a mudança de governo. Em 2022, a Petrobras distribuiu R$ 215,8 bilhões em remuneração aos acionistas, incluindo o governo, impulsionada pelos altos lucros decorrentes da valorização do petróleo após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

No ano passado, o pagamento de dividendos ocorreu três vezes, com um retorno recorde de 67,77% por ação. Aqueles que possuíam R$ 1 mil em ações da Petrobras no final de 2021 receberam R$ 677,70 no ano passado. No primeiro trimestre de 2023, sob a gestão do novo governo, a estatal manteve sua política e distribuiu mais R$ 24,7 bilhões aos acionistas.

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