O PM já havia sido condenado a 275 anos de prisão. Outros 30 réus e 16 acusados ainda devem ser julgados.
Após prisão nos EUA, Justiça do CE pede extradição de PM condenado por participação na Chacina do Curió
A Justiça do Ceará pediu a extradição do policial militar Antonio José de Abreu Vidal Filho, preso nesta segunda-feira (14) no Estados Unidos, por participação na Chacina do Curió, que deixou 11 mortos, além de feridos, na Grande Messejana, em 2015. O PM já havia sido condenado a 275 anos de prisão. Outros 30 réus e 16 acusados ainda devem ser julgados.
Como Antônio José encontra-se fora do Brasil, pois ele mora nos Estados Unidos desde 2019, a Justiça decidiu emitir um alerta vermelho, enviado à Interpol, para a prisão dele que foi comunicada à Comarca de Fortaleza, nesta segunda-feira (14).
“Comunicamos a prisão do réu Antônio José de Abreu Vidal Filho, realizada pelas autoridades policiais norte-americanas, as quais irão submetê-lo a processo de deportação. Assim, destacamos que em casos anteriores e análogos, sem pedido de extradição em trâmite, os EUA têm deportado os foragidos para seus respectivos países de nacionalidade”, diz o comunicado.
No último dia 25 de junho de 2023, Antônio José de Abreu Vidal Filho e outros 3 réus foram condenados em sessão do Tribunal do Júri, conduzida pelo colegiado de juízes, a 275 anos e 11 meses de prisão, cada um deles, em regime inicialmente fechado, no caso que ficou conhecido como “Chacina do Curió”.
O TJCE vai realizar duas novas sessões de júri, que começam nos próximos dias 29 de agosto e 12 de setembro. Em cada uma delas, oito acusados serão julgados pelo Conselho de Sentença (jurados) da 1ª Vara do Júri de Fortaleza.
Chacina do Curió: 16 novos réus serão julgados em agosto e setembro
O Tribunal de Justiça do Ceará vai realizar duas novas sessões de júri, que começam nos dias 29 de agosto e 12 de setembro, do caso conhecido popularmente como “Chacina do Curió”. Em cada uma delas, oito acusados serão julgados pelo Conselho de Sentença (jurados) da 1ª Vara do Júri de Fortaleza. Os crimes deixaram 11 vítimas na noite de 11 de novembro e madrugada do dia 12, do ano de 2015, na região da Grande Messejana, na capital.
Para dar maior agilidade ao julgamento, o processo foi desmembrado em três. Ao todo, 30 réus são acusados pelos crimes. Do total de acusados, quatro já foram submetidos a julgamento no último dia 20 de junho. A sessão, que entrou nas primeiras horas do sexto dia, marcou o início do julgamento mais extenso da história do Tribunal de Justiça do Ceará.
O colegiado de juízes da 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, formado por Marcos Aurélio Marques Nogueira (presidente e titular da unidade), Adriana da Cruz Dantas (17ª Vara Criminal) e Juliana Bragança Fernandes Lopes (Comarca de Guaraciaba do Norte), conduziu os trabalhos.
Julgamento da Chacina do Curió
Terminou na madrugada do último dia 25 de junho o primeiro julgamento da Chacina do Curió, com a condenação de quatro policiais militares. São eles: Antônio José de Abreu Vidal Filho, Marcus Vinícius Sousa da Costa, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio pelo cometimento de 11 homicídios qualificados consumados, três homicídios qualificados na forma tentada, três crimes de tortura física e um de tortura mental. O julgamento, considerado um dos maiores do estado, durou cinco dias.
As penas dos quatro réus somam 1.103 anos e 8 meses de reclusão, com regime inicial de cumprimento fechado. O Poder Judiciário determinou a imediata prisão provisória de todos os condenados e a perda do cargo público de policial militar.
Quem eram as vítimas?
Álef Souza Cavalcante, 17 anos
Antônio Alisson Inácio Cardoso, 16 anos
Francisco Elenildo Pereira Chagas, 40 anos
Jardel Lima dos Santos, 17 anos
Jandson Alexandre de Sousa, 19 anos
José Gilvan Pinto Barbosa, 41 anos
Marcelo da Silva Mendes, 17 anos
Patrício João Pinho Leite, 16 anos
Pedro Alcântara Barroso do Nascimento Filho, 18 anos
Renayson Girão da Silva, 17 anos
Valmir Ferreira da Conceição, 37 anos.
Chacina do Curió e o julgamento dos policiais militares
Investigações da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) e do Ministério Público indicam que os assassinatos foram cometidos por policiais militares. Os homicídios foram registrados em um intervalo de aproximadamente quatro horas, em ruas dos bairros Curió, Alagadiço Novo e São Miguel, na Grande Messejana.
A maior parte das vítimas tinha idades entre 16 e 19 anos. Entres os mortos, apenas dois adultos tinham antecedentes criminais: um por infração de trânsito e outro por pensão alimentícia.
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