Brasil tem quase 1 milhão de colaboradores em regime de estágio, com possibilidade de crescimento de 10,3% em 2023
Como gestores podem desenvolver o potencial de jovens estagiários
Segundo estudo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o Brasil contabiliza mais de 933 mil estagiários. Em 2023, a expectativa é de que o volume tenha um crescimento de 10,3% – o terceiro ano consecutivo de aumento desde 2020, quando a pandemia trouxe um decréscimo de 23%. Para o escritor Uranio Bonoldi, especialista em carreira, negócios e tomada de decisão, é importante saber aproveitar o potencial desses jovens para que possam se desenvolver profissionalmente de forma sólida. A oferta de tarefas desafiadoras é o caminho para que os estagiários se sintam motivados e aprendam na prática.
“Existe esse estigma de que o estagiário é aquele que faz serviços menores – servir café, fazer cópia de documento, carregar caixas, etc. –, mas isso é algo que deve ser evitado. É importante que as atividades a eles atribuídas estejam mais próximas de suas áreas de estudo e ainda os levem a se esforçar intelectualmente para realizá-las com maior êxito”, explica o autor de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”.
Bonoldi defende que o primeiro passo para que o estagiário se sinta integrado à equipe, com genuíno interesse pelas tarefas, é ver que seu trabalho é relevante para o dia a dia da empresa, o que exige comprometimento de sua parte. Ao ser responsabilizado por atividades com certo grau de importância, o jovem sente que seu potencial é reconhecido pelos gestores. “É recomendável que, conforme se ganhe confiança no trabalho do estagiário, tarefas mais complexas lhe sejam atribuídas, para que ele entre numa crescente de evolução mais consistente”, diz.
Porém, os jovens colaboradores devem ser respeitados tanto por seus potenciais quanto por suas limitações. “Não dê o passo maior que a perna, especialmente quando os jovens não têm experiência em trabalhos anteriores. O grau de dificuldade das atividades deve aumentar aos poucos, sempre com o devido acompanhamento para corrigir falhas e instruir possíveis melhorias. O importante é que o colaborador não se sinta sobrecarregado logo nos primeiros momentos, pois isso pode deixá-lo inseguro e prejudicar o desempenho em outras tarefas”, pontua Uranio Bonoldi.
É imprescindível que gestores tenham tato e sensibilidade para lidar com os estagiários mais inexperientes. “Quando se está em fase de aprendizado, os erros são comuns e frequentes, e por isso cabe às equipes serem compreensivas e até mesmo didáticas ao lidarem com os erros de jovens colaboradores. A reação deve ser proporcional à gravidade da falha, mas sempre que possível as situações devem ser tomadas como oportunidades de crescimento e aprendizado. Ao contrário, o estagiário só deverá se sentir inibido e desestimulado”, opina.
Por fim, é importante também saber conter a ansiedade dos estagiários mais experientes. “Alguns podem chegar à empresa com um pouco de bagagem e uma vontade arrebatadora de fazer e acontecer. Por mais que o entusiasmo seja positivo, ainda precisa de atenção, para que o jovem não se arrisque em atividades que não tenha preparo para realizar, nem atravesse ordens superiores por excesso de autoconfiança”, afirma o escritor.
De modo geral, estagiários devem ser vistos de fato pelo que são: estudantes que têm muito a aprender, e que terão melhores resultados se tiverem bons professores. “E em uma empresa, cada colaborador é responsável por ensinar ao estagiário como se portar profissionalmente”, finaliza Uranio Bonoldi.
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