BOLETIM FOCUS

Banco Central reduz previsão da inflação de 4,86% para 4,75% este ano, no Brasil

Projeção de expansão da economia fica em 2,92%

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16 de outubro de 2023
Agência Brasil

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do Brasil – caiu de 4,86% para 4,75% neste ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (16), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,88%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

Banco Central reduz previsão da inflação de 4,86% para 4,75% este ano, no Brasil
Foto: Reprodução

A estimativa para este ano está no limite do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em setembro, o aumento de preços da gasolina pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual ficou acima da taxa de agosto, que teve alta de 0,23%.

A inflação acumulada este ano atingiu 3,50%. Nos últimos 12 meses, ela está em 5,19%, ficando acima dos 4,61% dos 12 meses imediatamente anteriores.

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Banco Central: juros básicos seguem em 12,75%

Os juros básicos, representados pela taxa Selic, são o principal instrumento do Banco Central para atingir a meta de inflação, atualmente estabelecida em 12,75% ao ano pelo Copom. Nesse contexto, o comportamento dos preços levou o BC a implementar cortes de 0,5 ponto percentual nas últimas reuniões, configurando um ciclo que se espera que persista.

Após uma série de quedas no primeiro semestre, a inflação retomou sua trajetória ascendente na segunda metade do ano, uma variação prevista por economistas. Contudo, mesmo diante desse cenário, a ata mais recente do Copom destaca a importância de manter uma política monetária contracionista para consolidar a convergência da inflação para a meta em 2024 e 2025, além de ancorar as expectativas. As incertezas nos mercados e as previsões de inflação acima da meta são elementos que pesam na decisão sobre a taxa básica de juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom promoveu 12 elevações consecutivas da Selic em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Num ciclo de aperto monetário, que teve início nesse contexto, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, de agosto do ano passado a agosto deste ano.

Antes desse ciclo de alta, a Selic estava em seu nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986, a 2% ao ano. A redução ocorreu em resposta à contração econômica provocada pela pandemia de covid-19, buscando estimular a produção e o consumo. Assim, a taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

As projeções do mercado financeiro indicam que a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é de uma redução para 9% ao ano. Já para 2025 e 2026, a previsão é de que a Selic se estabilize em 8,5% ao ano para ambos os anos.

Ao aumentar a taxa básica de juros, o Copom busca conter uma demanda aquecida, refletindo nos preços pela elevação do custo do crédito e estímulo à poupança. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, ao definir as taxas aos consumidores. Isso pode dificultar a expansão econômica.

Por outro lado, ao reduzir a Selic, espera-se que o crédito fique mais acessível, estimulando a produção e o consumo. No entanto, taxas mais baixas podem desafiar o controle inflacionário e impulsionar a atividade econômica.

PIB do Brasil deve crescer 2,92%, diz Banco Central

No que diz respeito ao cenário macroeconômico, as instituições financeiras mantêm a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2,92% para este ano. Para 2024, a expectativa é de um crescimento mais moderado, alcançando 1,5%. As previsões para 2025 e 2026 indicam uma expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

Finalmente, as projeções para o câmbio apontam uma cotação do dólar de R$ 5 para o final deste ano, com uma leve alta prevista para 2024, atingindo R$ 5,05.

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