Os profissionais de enfermagem da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza anunciaram paralisação das atividades a partir das 7h da manhã desta sexta-feira (15), conforme anunciado nesta quinta (14) pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindsaúde Ceará).

O anúncio, feito pela presidente do Sindicato, Marta Brandão, pontua que a paralisação é por tempo indeterminado. A intenção, segundo ela, é pressionar os gestores públicos pelo pagamento dos trabalhadores referente ao mês de novembro deste ano. “Esse atraso se deve principalmente à falta de compromisso do prefeito de Fortaleza, que até o presente momento não fez repasse para a Santa Casa referente aos meses de agosto e setembro”, explica.

Leia também | Assembleia aprova envio adicional de R$ 16 milhões à Santa Casa de Fortaleza

Marta comenta que a medida tem o objetivo de “pressionar pelo pagamento de um serviço que eles [trabalhadores] já prestaram” e que, para isso, o Sindicato quer contar com o apoio de toda a população de Fortaleza e do Ceará que é atendida pela Santa Casa.

As questões financeiras envolvendo o funcionamento da Santa Casa de Misericórdia não são novidade. Ainda este ano, a instituição apelou para que o prefeito José Sarto realizasse os repasses referentes ao mês de janeiro, acusando o prefeito de “embarreirar” os recursos que vêm do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas verbas são repassadas pelo Ministério da Saúde para as prefeituras, que é então usado para financiar a atuação das Santas Casas.

Conforme o provedor da Santa Casa, Vladimir Spinelli, os custos mensais da unidade chegam a R$ 4 milhões e a maioria é custeada pelo SUS. “Há algum tempo, a nossa Prefeitura passou a aumentar o atraso desses repasses”, dizia ele ainda em maio deste ano.

Procurada pelo GCMAIS, a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) não chegou a enviar resposta sobre o caso até a publicação desta matéria.

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

Santa Casa de Fortaleza

Ao todo, 55% dos serviços de média e alta complexidade de saúde em Fortaleza são atendidos por hospitais filantrópicos. A porcentagem sobe para 70% quando se trata de atendimentos de alta complexidade no estado.