Com o salto tecnológico vivenciado pela sociedade, a grande discussão reforçada este ano é sobre como o crescimento das carreiras em tecnologia se transformou no aumento do uso da tecnologia em todas as carreiras. Apenas para se ter uma amostra desse cenário, um estudo do Fórum Econômico Mundial aponta que 75% dos entrevistados acreditam que vão adotar a Inteligência Artificial (IA) em seus negócios entre 2023 e 2027.

Segundo Adriano Almeida, líder da Alura Para Empresas, solução de desenvolvimento de pessoas em tecnologia, esse contexto revela que pequenas evoluções deverão acontecer em áreas profissionais já estabelecidas. “Muito provavelmente haverá uma busca por ganho de produtividade e escala. Um cargo de CIO (Chief Innovation Officer), por exemplo, terá cada vez mais um viés de eficiência, quase que operando como um Chief Efficiency Officer. Além disso, o desenvolvimento de recursos como a IA trará uma maior necessidade da especialização de pessoas em novas frentes, permitindo que o potencial completo dessas ferramentas seja explorado”, diz.

Impacto da capacitação tecnológica nas carreiras

No sentido da expansão de conhecimentos em diferentes tecnologias, uma das principais tendências para o profissional do futuro é ter uma carreira em “T”; ou seja, são aqueles que buscam dominar não só a sua área, mas também outras áreas vizinhas, agregando mais valor e velocidade ao trabalho executado. São os casos dos times do setor comercial que se aventuram em No Code para automatizar fluxos de negociação ou a pessoa gestora de RH que aprende como criar imagens para os seus programas de treinamento no Midjourney.

Para Rita Ruas, Gerente de Contas da Alura Para Empresas, esse movimento mostra que o lifelong learning precisa ser incorporado nas companhias, sendo uma estratégia para acompanhar e provocar inovações no mercado. “A chamada Educação Corporativa 4.0 vem exatamente com o viés de ajudar as organizações e as pessoas a se manterem continuamente preparadas para acompanhar o ritmo de disrupções que chegam à sociedade”, afirma.

A especialista também destaca que a formação de equipes multidisciplinares ressalta a importância do reskilling e upskilling para diversas carreiras. “A necessidade de desenvolver habilidades para exercer um novo papel ou apenas aperfeiçoar a atuação profissional é o que permite ao colaborador acompanhar tendências e fortalecer redes de relacionamento. Por isso, é fundamental que as empresas ofereçam soluções de capacitação, como feedbacks, mentorias, treinamentos e projetos especiais, e os times abracem essas oportunidades”, explica.

Construção de times para a aplicação de novas ferramentas 

Outra característica do cenário profissional tecnológico que vem se formando é a contratação de especialistas de outras áreas e segmentos que já tenham um conhecimento mais abrangente em novas ferramentas. Assim, a empresa não depende apenas da formação, atualização e retenção de colaboradores que possuem competências no tema.

No entanto, Priscilla Lacava, Consultora de Educação Corporativa da Alura Para Empresas, pontua que todos esses caminhos também levam ao desenvolvimento de pessoas. “Não se trata só da alfabetização tecnológica ou mindset de ‘experiência’, como prevê a transformação digital em uma organização inteira, mas também a conceitos um pouco mais elaborados e próximos do ‘tecnês’; por exemplo, saber o que um UX faz e quando puxá-lo para um projeto. Portanto, cada integrante do time, seja um recém-contratado ou não, deverá ser acompanhado e treinado para que possa aplicar a tecnologia em seu dia a dia da melhor maneira possível”, conclui.