IFCE NEGA

Professora trans alega perseguição após ser demitida do Instituto Federal do Ceará

Processo começou em 2019, quando Êmy foi aprovada em um doutorado no Uruguai

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11 de janeiro de 2024
Portal GCMAIS

A professora universitária Êmy Virgínia Oliveira da Costa alega perseguição e transfobia após ser demitida do Instituto Federal do Ceará (IFCE). A docente, que é a primeira professora trans da instituição de ensino superior do estado, lecionava no IFCE no curso de Letras desde 2016.

Professora trans alega perseguição após ser demitida do Instituto Federal do Ceará
Foto: Arquivo Pessoal

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Por meio de nota, o Instituto afirmou que a demissão ocorreu pelo fato de Emy ter se ausentado da instituição por 78 dias intercalados. O órgão também informou que o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aberto contra a professora ocorreu dentro da legalidade, respeitando os prazos, o direito ao contraditório e à ampla defesa.

“O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que resultou na decisão pela demissão da professora foi instaurado após o recebimento de uma denúncia anônima. Durante o processo de investigação, a comissão constatou que a servidora se ausentou da instituição por 79 dias interpolados, caracterizando a inassiduidade habitual, na forma do art. 139 da Lei nº 8.112/90, um critério de sanção objetivo. Por fim, o IFCE esclarece que dispõe de instrumentos institucionais que possibilitam a capacitação de servidores, instituídos por Resolução do Conselho Superior com base na legislação vigente. Atualmente, existem mais de 100 servidores afastados para pós-graduação e todos se submeteram às normas em vigor para concessão desse tipo de afastamento, o que possibilita, especialmente no caso de docente, a contratação de professores substitutos para garantir a manutenção e a regularidade das atividades acadêmicas”, complementa a nota.

O processo começou em 2019, quando Êmy foi aprovada em um doutorado no Uruguai. À época, ela trabalhava no campus de Tianguá do IFCE, a 300 km de Fortaleza. As aulas no doutorado ocorriam em turno integral, durante períodos de 20 a 25 dias, quando ela precisava se ausentar das aulas para viajar ao país. Entre as viagens, a professora adiantava e/ou remarcava aulas, para garantir que os alunos não perdessem nenhum dia letivo.

A legislação aponta que é necessário que o docente tenha, pelo menos, 60 faltas para que seja aberto um PAD por inassiduidade habitual com possibilidade de demissão.

Professora trans demitida do IFCE

O Sindicato dos Servidores do IFCE repudiou a demissão da professora e disse que sua Assessoria Jurídica já foi acionada para dar ampla prioridade ao caso e buscar a anulação do efeito da decisão. O Sinasefe Nacional também deve acionar todos os dispositivos necessários à reversão do caso.

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