Na terceira reportagem da série Memória Concreta, será possível entender porque o prédio está no meio de uma disputa de autoridades pela preservação da história da cidade.
Como o Edifício São Pedro passou do glamour de uma era ao retrato do abandono
Localizado em uma das áreas mais frequentadas da orla de Fortaleza, o Edifício São Pedro, que antes era símbolo de luxo e sofisticação, hoje está em ruínas devido ao estado de abandono em que se encontra. Na terceira reportagem da série Memória Concreta, será possível entender porque o prédio está no meio de uma disputa de autoridades pela preservação da história da cidade.
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Construído no ano de 1951, como Iracema Plaza Hotel, o Edifício São Pedro foi inspirado em hotéis de Miami, nos Estados Unidos. A estrutura foi condenada pela Defesa Civil, pelo risco iminente de colapso para a região da Praia de Iracema, uma das áreas turísticas mais valorizadas da capital cearense.
À medida em que não se definia um consenso sobre o futuro do São Pedro, mais rápido o prédio se degradou. Foram muitos os pedidos de tombamento do imóvel nas instâncias municipal e federal, mas todos acabaram sendo rejeitados. Entre as principais justificativas, estão a inviabilidade técnica e econômica para restauro, além da ausência de elementos para identificação de representatividade nacional.
Para a superintendente do Iphan/CE, Cristiane Buco, são necessárias muitas análises criteriosas para tombar um patrimônio e que órgão deverá ser chamado para iniciar a análise de tombamento.
“Primeiro a gente tem que ser motivado. Tem que vir um documento motivando, mostrando o interesse de que o Iphan faça esse processo. Mediante essa motivação a gente abre um processo e começamos uma análise. Um corpo técnico faz todo levantamento necessário para dizer se tem ou não relevância cultural para concluir o processo”, explica.
Qualquer cidadão, seja pessoa física ou jurídica pode solicitar o tombamento de um bem, mas para o professor do departamento de geografia da UFC, Dirceu Cadena, é preciso que cada vez mais segmentos sociais participem das discussões relativas à preservação do patrimônio.
“Tornar os conselhos de patrimônios mais inclusivos, mais representativos da sociedade brasileira, incluindo novos setores e tornando-as não só meras instâncias do poder executivo, mas um local de debate onde a população vai se sentir representada naqueles bens que serão tombados”, diz.
A proteção de edificações históricas não significa apenas preservar uma fachada ou arquitetura que marcou época, mas compreender as fases de desenvolvimento da cidade em suas diversas camadas sociais.
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