INVASÃO DE CONTAS

Hacker preso no Quintino Cunha, em Fortaleza, invadia contas bancárias e transferia valores de clientes para quadrilha

O hacker já havia sido preso em 2016 por suspeita de ataques cibernéticos a bancos.

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9 de fevereiro de 2024
Portal GCMAIS

Após operação do Ministério Público em Fortaleza, um homem foi preso na última quarta-feira (7) por suspeita de fazer parte de uma organização criminosa atuante em vários estados brasileiros. O hacker teria a função de invadir sistemas bancários e transferir valores de contas de clientes em várias partes do Brasil.

Hacker preso no Quintino Cunha, em Fortaleza, invadia contas bancárias e transferia valores de clientes para quadrilha
Foto: Reprodução

Os mandados, um de prisão preventiva e outro de busca e apreensão, foram cumpridos por promotores de justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), com apoio do Núcleo de Apoio Técnico à Investigação (Nati), do Ministério Público do Ceará (MPCE), em uma casa no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza. Um aparelho celular do suspeito foi apreendido durante a operação.

A Operação Takedown foi deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, nos Estados de Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia e Paraíba, além do Distrito Federal, na última quarta (7).

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De acordo com o MPSC, os alvos “têm um histórico de cometimentos de crimes e fraudes digitais, sendo que alguns deles também praticaram delitos cibernéticos contra a Previdência Social”.

O suspeito preso em Fortaleza era um dos hackers a serviço da organização criminosa, que viajava para outros estados do País, para realizar ataques cibernéticos aos sistemas bancários. Apesar de movimentar altos valores, ele levava uma vida discreta na capital cearense, sem ostentação, para não chamar a atenção da Polícia.

O homem já havia sido preso em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) com a Polícia Federal (PF), em julho de 2016. Conforme a investigação, ele integrava à época um quadrilha especializada em roubos a caixas eletrônicos e tinha a função de desativar os alarmes das agências bancárias.

A investigação sobre a organização criminosa alvo da Operação Takedown foi iniciada pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Blumenau, da Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), após a prisão de suspeitos de sequestrar duas gerentes de uma instituição financeira e de acessar os notebooks das vítimas, no dia 20 de setembro de 2022.

Segundo a investigação, “a estrutura do grupo criminoso e os membros encarregados de perpetrar invasões no sistema operacional do banco e realizar as transações criminosas, conhecidas como ‘ataque lógico’. Três ex-colaboradores da instituição financeira prejudicada tiveram suas prisões decretadas por auxiliarem no crime”.

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O Ministério Público de Santa Catarina explicou o ‘modus operandi’ da organização criminosa. Confira o passo a passo:

1) Obtenção do notebook do banco – O grupo criminoso obtém ilicitamente, mediante furto ou roubo, notebooks de funcionários da instituição financeira alvo. Normalmente, algum colaborador do banco é aliciado para facilitar ou repassar informações que permitam a subtração do dispositivo eletrônico.

2) Acesso à rede do banco – De posse do notebook do banco, os criminosos, agindo como se fossem colaboradores, acessam à rede da instituição financeira. Para isso, possuem duas alternativas:

i) uso de VPN (neste caso, precisam saber a senha de algum funcionário ativo ou ter a facilitação/envolvimento de algum deles);

ii) acessar o Wi-Fi de uma agência a partir de um local próximo.

3) Acesso ao sistema transacional – Assim que a rede do banco é conectada, ocorre o acesso ao sistema transacional através do uso das credenciais de um gerente. A senha funcional do gerente é obtida e repassada à organização criminosa por um funcionário corrompido.

4) Efetivação das transferências – São acessadas contas de clientes que o grupo já sabe possuir quantias elevadas, e são efetuadas transferências eletrônicas para contas de “laranjas”.

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