Algum prédios da Capital só são lembrados por meio de fotos após sua total ou parcial destruição
Com as mudanças na cidade, resgate da história é cada dia mais importante
Com as constantes mudanças na cidade, a partir da chegada de novos empreendimentos, muitos imóveis habitados por pessoas de notória referência na sociedade cearense deram lugar a edifícios comerciais ou residenciais. Diante da destruição desses prédios, o resgate da história é cada vez mais importante para manter viva a lembrança do patrimônio, conforme explica a quarta e última reportagem da série Memória Concreta.
Um exemplo de patrimônio apagado, é o prédio hoje localizado na Avenida Francisco Sá, no bairro Jacarecanga, que foi construído onde se localizava a casa do industrial Pedro Philomeno Gomes. A poucos metros dali, em um quarteirão com edifícios, havia uma outra luxuosa moradia: a Mansão dos Gadelhas, inaugurada em 1930 pelo empresário Meton de Alencar Gadelha, recortes da história de Fortaleza que hoje só é possível encontrar em fotografias.
“Nós temos hoje em Fortaleza um problema muito grave que é a destruição do patrimônio edificado moderno. Muitos edifícios que foram construídos nos bairros Aldeota, Meireles, Dionísio Torres, Papicu, que são bairros de grande interesse imobiliários, sendo demolidos”, disse o professor de Arquitetura da UFC, Romeu Duarte.
Na Avenida da Universidade, próximo ao cruzamento com a Av. Domingos Olímpio, alguns prédios ocupam o lugar onde antes foi erguida a casa do escritor e farmacêutico Rodolfo Teófilo. O historiador Miguel Ângelo, Nirez, foi testemunha da derrubada do imóvel, na década de 1980 e afirma que prostestou contra a derrubada.
“Quando eu soube que iriam derrubar, fiz um prostesto em frente ao local e a moradora moveu um processo contra mim e quebrou a placa de Rodolfo Teófilo. Ele tem uma história muito bonita, um baiano que era considerado cearense, um farmacêutico que reagiu ao governo de Acyoli, vacinou contra a peste de 1910 e merecia ter sua história respeitada”, defende.
Na primeira metade do século 20, um imponente castelo ao melhor estilo europeu chamava a atenção na Avenida Santos Dumont. Era a residência do empresário Plácido de Carvalho e da esposa Maria Pierina. O médico João Flávio Nogueira, que se dedica à pesquisa como hobby, se fascinou pela história do castelo e produziu um documentário sobre o castelo que hoje dá lugar à Praça Luiza Távora.
“A gente não precisa destruir para construir uma coisa nova, a gente pode preservar uma coisa nova que também vai ser importante para a cidade, para memória afetiva, dos prédios que todas as cidades do mundo tem que ter. Sobre o documentário, foram cinco meses de trabalhos, filmagens, entrevistas, mas que o resultado ficou muito bom”, declara.
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