Conforme o INCA, ocorreram 6.738 óbitos por leucemia (3,18 por 100 mil) no Brasil em 2020
Leucemia: Ceará pode registrar 850 novos casos até 2025, segundo dados do INCA
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou dados sobre a previsão de novos casos de leucemia no Ceará até 2025. Segundo o levantamento, são esperados 850 novos diagnósticos da doença no estado durante o período de 2023 a 2025. Esse cenário faz com que a leucemia ocupe a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no país, excluindo os tumores de pele não melanoma.
Conforme o INCA, ocorreram 6.738 óbitos por leucemia (3,18 por 100 mil) no Brasil em 2020. Nos homens ocorreram 3.703 óbitos (3,58 por 100 mil) e, nas mulheres, 3.035 óbitos (2,80 por 100 mil).
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida, caracterizada pelo acúmulo de células doentes na medula óssea, prejudicando a formação de células sadias e comprometendo a imunidade do paciente. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo os quatro primários: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC).
Fevereiro é o mês de conscientização sobre a leucemia, e diversas campanhas são realizadas para informar a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
Segundo a chefe do Serviço de Hematologia, do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (HUAP-UFF), a hematologista Mônica Kopschitz Praxedes, as células leucêmicas se proliferam após sofrerem mutações genéticas, bloqueando a produção de células sanguíneas normais e infiltrando diversos órgãos. A leucemia pode se manifestar de forma aguda ou crônica, com tratamento e cura possíveis em parte dos casos, mas requerendo diagnóstico precoce para melhores resultados.
Tipos de leucemia
Existem dois principais tipos de leucemia: mielóide e linfóide. Com base na evolução temporal e na origem celular, a doença é subdividida em vários subtipos:
- Leucemia Mielóide Aguda (LMA): uma condição grave com alta taxa de mortalidade, mas parcialmente curável em alguns casos. Mais comum em adultos.
- Leucemia Linfóide Aguda (LLA): também grave, afeta principalmente crianças e tem uma alta taxa de cura. Embora ocorra em adultos, o prognóstico costuma ser pior do que em crianças.
- Leucemia Mielóide Crônica (LMC): mais comum em adultos, geralmente assintomática por um período, mas eventualmente leva ao aumento do baço e, se não tratada, pode se transformar em uma leucemia aguda.
- Leucemia Linfóide Crônica (LLC): predominante em idosos, progride lentamente e pode ser controlada com medicamentos, embora não haja cura.
Os sintomas podem variar. Suspeita-se de leucemia quando ocorrem sinais como palidez e fadiga devido à anemia, hematomas na pele e outros sangramentos anormais devido à baixa contagem de plaquetas, febre, suores noturnos, dores ósseas, aumento dos gânglios linfáticos, do baço ou do fígado.
Tratamento
Atualmente, apenas as leucemias agudas são curáveis, especialmente a Leucemia Linfóide Aguda da infância. As leucemias crônicas são controladas com quimioterapia, que, em geral, possibilita aos pacientes uma boa qualidade de vida. “Alguns casos de leucemias agudas e, mais raramente, de leucemias crônicas necessitam de um outro tratamento além da quimioterapia, o chamado Transplante de Medula óssea (TMO) alogênico”, explicou a médica Mônica Kopschitz Praxedes Lusis em entrevista à Agência Gov.
Nesse tipo de transplante, a medula óssea do paciente, que não está funcionando adequadamente, é substituída por células-tronco hematopoiéticas de um doador saudável e com uma composição genética semelhante, podendo ser um familiar ou não. O serviço ainda não é oferecido no HUAP e os pacientes com indicação de TMO alogênico são encaminhados para unidades transplantadoras do Rio de Janeiro.
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