A morte trágica da costureira Maria Salete Braga, de 68 anos, continua a gerar consternação e revolta entre seus familiares e moradores da comunidade onde ela vivia. A idosa faleceu após ser atingida pela queda de um muro pertencente a um órgão municipal em Fortaleza, no bairro Conjunto Ceará, no dia 26 de fevereiro deste ano. Ela estava indo buscar o material escolar de um dos netos quando a tragédia aconteceu.

Segundo relatos, Maria Salete estava descendo do ônibus quando o acidente ocorreu. O muro, já danificado e fragilizado, desabou após o impacto de uma árvore que caiu devido ao peso da chuva, em uma área que, segundo os familiares, não havia recebido a devida manutenção, apesar das solicitações da comunidade.

Os familiares da vítima não acreditam na versão de que se trata de uma fatalidade. Eles pedem justiça e responsabilização por parte da Prefeitura de Fortaleza, alegando que a tragédia poderia ter sido evitada se as devidas providências tivessem sido tomadas anteriormente.

Fabiano Braga, sobrinho de Maria Salete, expressou a dor da família e a revolta diante do ocorrido, ressaltando que a queda do muro era uma tragédia anunciada, devido às constantes solicitações da população por medidas preventivas que não foram atendidas.

“A gente foi pego de surpresa, né? De surpresa para a gente. Mas não era surpresa para a população, pois a população já esperava a queda tanto da árvore quanto do muro, devido às diversas solicitações que a população tinha feito para poda das árvores e não foi feito. E foi a causa principal de pressionar o muro e vim tudo abaixo. E essa tragédia toda aconteceu. Isso foi uma tragédia que para a população e para a gente. Foi uma tragédia anunciada, mas dava para ter sido evitado. A gente está aqui com essa dor hoje, a gente perdeu a nossa tia, uma tragédia que dava para ser evitada. Várias vezes a população pediu a poda das árvores e nada foi feito”, desabafou Fabiano.

Outras pessoas estavam descendo do ônibus no momento da queda do muro, mas Maria Salete foi a primeira a desembarcar e foi bem o momento que a parede caiu. Outras pessoas por pouco também não foram atingidas.

“Eram três pessoas que iam descendo do ônibus, a minha tia foi a primeira. Assim que ela desceu aconteceu o fato. Imagina só, três vítimas em um dia. Iriam ser três famílias que estariam em luto nesse momento”, declarou o sobrinho da vítima.

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Além da indignação, os familiares se mostraram determinados a buscar por justiça e tomar medidas legais para responsabilizar os envolvidos. Eles afirmam que não deixarão o caso cair no esquecimento e estão acionando as autoridades competentes para que o ocorrido seja devidamente investigado e que os responsáveis sejam responsabilizados.

“Nós iremos lutar por esse caso e esse caso não vai cair no esquecimento. A gente vai lutar e já começamos a acionar todas as medidas cabíveis na ação na esfera judicial”, disse Fabiano Braga.

Idosa morre após queda de muro em Fortaleza

No dia da morte de Maria Salete, a Prefeitura de Fortaleza lamentou o ocorrido “devido ao desabamento do muro do Centro de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) do Conjunto Ceará”.

A Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) informou que entrou em contato com familiares da vítima para prestar toda a assistência necessária e acompanhar o caso.

A Defesa Civil isolou a área e a Secretaria da Gestão Regional (Seger) esteve com equipes no local que identificaram árvores que penderam sobre o muro devido às chuvas e ventos fortes que acontecem desde a madrugada de segunda-feira, 26 de fevereiro.

“Todos os reparos necessários foram realizados”, informou a nota da prefeitura.

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