Economia

Produção industrial recua 0,5% em abril após dois meses em alta

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5 de junho de 2024
Portal GCMAIS

A produção industrial recuou 0,5% na passagem de março para abril, interrompendo
dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1%.
Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,1% abaixo do patamar
pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em
maio de 2011. No acumulado do ano, o setor industrial cresceu 3,5%. Na
comparação com abril de 2023, houve avanço de 8,4%. Em 12 meses, a indústria
acumula expansão de 1,5%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM)
divulgada hoje, 5, pelo IBGE

Produção industrial recua 0,5% em abril após dois meses em alta
Queda na produção das indústrias extrativas leva o índice da produção industrialnacional para o campo negativo - Foto: Agência Vale 

Apesar da taxa da indústria geral estar no campo negativo, há uma predominância
de resultados positivos, com três das quatro categorias econômicas e 18 dos de
25 ramos industriais mostrando expansão na produção.

Entre as atividades, a influência negativa mais importante veio das indústrias
extrativas, que recuaram 3,4% nesse mês, após avançarem 0,4% em março. Outras
contribuições negativas relevantes vieram de produtos alimentícios (-0,6%), de
coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%) e de
equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%).

“Entre os segmentos que mostram recuo na produção, há alguns com pesos
importantes, como o setor extrativo, que recuou 3,4% nesse mês, devido à queda
na produção tanto do minério de ferro como do petróleo; além do setor de
alimentos, que também teve queda de 0,6% em abril. Esses dois setores
representam cerca de 30% da estrutura industrial. Isso sem falar de outras
atividades importantes e que assinalaram taxas negativas nesse mês, como, por
exemplo, derivados de petróleo e biocombustíveis e equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos. Mesmo com poucas atividades mostrando recuo na
produção, essas por conta de seus pesos, pressionam o total da indústria para o
sinal negativo”, analisa André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal.

Ele ressalta que o setor extrativo ainda tem um saldo positivo relevante nos
últimos meses e está acima do patamar pré-pandemia. Assim, trata-se de um início
de 2024 com menor intensidade, após um ano de 2023 caracterizado pelo
crescimento do setor, impulsionado pela maior extração do minério de ferro e do
petróleo.

“O setor de alimentos também teve bom desempenho em 2023. No curto prazo, em
janeiro e fevereiro havia crescido acumuladamente 1,2%. Apesar da queda de 0,6%
em abril, o saldo no ano ainda é positivo, e o setor está 6,9% acima do patamar
pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Há quedas em alguns produtos importantes,
como carne bovina, mas é tão somente um movimento específico para o mês de
abril. No campo positivo, por exemplo, há crescimento em carnes de aves e de
suínos e no açúcar”, explica Macedo.

No campo positivo, o destaque é a indústria automobilística. Macedo ressalta que
o segmento já vem emplacando uma melhora do seu comportamento, à exceção do mês
anterior, no qual houve um recuo de 4,6%. Mas, ao longo dos outros meses de
2024, houve alta de 4,4% em janeiro, 3,5% em fevereiro e agora em abril a alta
foi de dois dígitos, 13,2%.

“Há uma melhora na produção recente de automóveis, caminhões, autopeças e
ônibus. E esse movimento está relacionado ao mercado doméstico, influenciado
pelo comportamento positivo do mercado de trabalho, com o aumento de pessoas
ocupadas e da massa de rendimentos; flexibilização da política monetária com
redução da taxa de juros; e queda da inadimplência. São fatores importantes e
que devem ser considerados para entendermos o maior dinamismo na produção do
setor de veículos automotores nos últimos meses. Mas vale ressaltar que o setor
ainda está abaixo do patamar pré-pandemia”, completa o gerente da pesquisa.

Indústria avança 8,4% frente a abril de 2023 

Na comparação com o mesmo período de 2023, setor industrial cresceu 8,4% em
abril de 2024, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias
econômicas, 22 dos 25 ramos, 68 dos 80 grupos e 70,3% dos 789 produtos
pesquisados. Vale citar que abril de 2024 (22 dias) teve 4 dias úteis a mais do
que igual mês do ano anterior (18).

No fechamento do primeiro quadrimestre, o setor industrial avançou 3,5%, ante
queda de 1,0% em igual período de 2023. Vale destacar que o último quadrimestre
de 2023 havia crescido 1,0%.

“O acumulado do ano, para além de se situar no campo positivo, mostra uma
aceleração do movimento de crescimento que se dá de forma generalizada: bens de
capital, associado a investimentos, crescendo; bens consumos avançando; bens
intermediários, que concentra a matéria prima, também mostrando taxa positiva.
Comparando o último quadrimestre de 2023 com o primeiro de 2024 podemos
verificar esse maior dinamismo da produção industrial”, conclui Macedo.

Mais sobre a pesquisa 

A PIM Brasil produz indicadores de curto prazo desde a década de 1970 relativos
ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. A
partir de março de 2023, teve início a divulgação da nova série de índices
mensais da produção industrial, após reformulação para atualizar a amostra de
atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação
dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; atualização do
ano base de referência da pesquisa; e a incorporação de novas unidades da
federação na divulgação dos resultados regionais da pesquisa. Essas alterações
metodológicas são necessárias e buscam incorporar as mudanças econômicas da
sociedade. Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no banco de
dados Sidra. 

A próxima divulgação, relativa a maio de 2024, será em 3 de julho. Os resultados
da pesquisa também podem ser consultados no banco de dados Sidra. 

Fonte: http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40266-producao-industrial-recua-0-5-em-abril-apos-dois-meses-em-alta.html

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