SEGURANÇA

“Indústrias do crime”: Ceará tem quatro facções criminosas atuantes no estado

Os estudos do Atlas da violência, referentes ao ano de 2022, indicam que quatro grupos criminosos operam no estado

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26 de junho de 2024
Portal GCMAIS

Estudiosos destacam uma relação direta entre a atuação de facções criminosas no Ceará e o alarmante aumento da violência no estado. Dados da Secretaria da Segurança Pública, colhidos entre o início do ano e o dia 19 de junho, revelam que o Ceará já registrou mais de 1.600 mortes violentas, um número que preocupa as autoridades locais.

“Indústrias do crime”: Ceará tem quatro facções criminosas atuantes no estado
Foto: Reprodução / TV Cidade Fortaleza

Os estudos do Atlas da violência, referentes ao ano de 2022, indicam que quatro grupos criminosos operam no estado, agindo como verdadeiras “indústrias do crime”, conforme explicado o sociólogo Raul Thé: “Há um escalonamento da violência e dos lucros, onde alguns são vítimas enquanto outros lucram em seus ‘palácios de poder'”.

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Em um relato exclusivo, um morador de Fortaleza, que preferiu não se identificar, mapeou as áreas controladas por cada facção na cidade. O bairro José Walter está dividido entre duas delas, uma do Rio de Janeiro e outra local. No Janguru Sul, predominam dois grupos locais. Já a Messejana está fracionada entre um grupo criminoso do Rio, um local e  outro de São Paulo.

Nos últimos anos, a violência tem se intensificado, com confrontos frequentes entre as facções pelo controle de territórios estratégicos. No Barroso, por exemplo, há uma disputa entre o braço da facção do Rio e um grupo dissidente, o que pode ter resultado nas recentes tentativas de chacina.

Os estudos sobre o tema ressaltam que as facções criminosas ganharam força no Ceará a partir de 2010, atraindo jovens de gangues locais.

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Diante desse cenário alarmante, o estado enfrenta um aumento significativo nos índices de criminalidade, especialmente relacionado ao tráfico de drogas e armas. “Essa dinâmica é complexa e está ligada às condições socioeconômicas e às políticas de segurança pública”, afirma Fernanda Mamede coordenadora do Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Urbana da Unifor.

“Todos esses grupos estão nascendo sob a custódia do Estado. Então, pessoas que deveriam estar participando de um processo de ressocialização, elas estão tendo que se vincular a esses grupos e que estão crescendo dentro do sistema penitenciário”, explica.

“Então, eu tô colocando essas pessoas lá, mas eu não estou cuidando de uma ressocialização dessas pessoas. E eu também não estou cuidando de quem está aqui fora. Se nós não entendermos esse movimento como um movimento estrutural, a gente não vai conseguir superar em nenhum momento ou em qualquer medida essa dinâmica, que eu acredito que tem uma tendência a crescer”, conclui Mamede.

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