POLÍTICA

‘Não é possível estar no século XXI, discutir IA e debater fome’, diz Lula

Presidente participa do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

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24 de julho de 2024
Estadão Conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a melhor distribuição de renda no mundo e a mostrar indignação com a disparidade dos avanços tecnológicos ao mesmo tempo em que o globo ainda enfrenta a fome. O presidente participa do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, plataforma que vai ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos locais. O evento ocorre às margens das reuniões do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que ocorrem no Rio de Janeiro.

‘Não é possível estar no século XXI, discutir IA e debater fome’, diz Lula
Foto: Ricardo Stuckert /PR

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De forma improvisada e emocionada, após ler um longo discurso no evento, Lula pediu mais comprometimento dos governantes. “Essa gente precisa ser olhada e não é possível que, na metade do século XXI, quando a gente está discutindo até inteligência artificial sem conseguir consumir a inteligência natural que temos, ainda seja obrigado a fazer uma discussão dizendo para líderes políticos do mundo inteiro: por favor, olhem para os pobres, porque eles são seres humanos, eles são gente e querem ter oportunidade”, afirmou.

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O chefe do Executivo também voltou a dizer que é preciso distribuir mais o capital pela sociedade. “Economistas, governantes, pessoas que têm poder de decisão, pessoas que dirigem bancos de investimento, bancos que fazem crédito, precisam compreender uma coisa: que muito dinheiro na mão de poucos simboliza miséria, simboliza prostituição, analfabetismo, simboliza empobrecimento e simboliza fome”, defendeu. “Agora, o contrário, pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário: a sociedade prospera, com emprego, sociedade consumindo e vivendo com decência”, disse.

Essa ética, de acordo com o mandatário, é imprescindível para a sobrevivência humana. “A fome não é uma coisa natural, é uma coisa que exige decisão política. Nós não podemos olhar só para quem está próximo de nós”, recomendou. “É preciso fazer radiografia para olhar aqueles que estão distantes, que não conseguem chegar perto de palácios, ministros, escolas, os que são vítimas de preconceito todos os dias.”

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