Thiago Celso Andrade Reges, de 38 anos, já havia sido indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por seis crimes
MP denuncia falso médico do Ceará por falsificação de documentos, peculato e exercício ilegal da profissão
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) apresentou denúncia sobre Thiago Celso Andrade Reges, “falso médico” que exercicia a profissão ilegalmente e ostentava vida de luxo nas redes. Ele foi denunciado por falsificação de documentos, peculato e exercício ilegal da profissão.
Na denúncia, o MP reforça que o acusado teria falsificado o diploma de graduação de uma universidade boliviana para obter registro no Conselho Regional de Medicina do Ceará e revalidar o diploma junto à Fundação Universidade Estadual do Ceará (Funece). Com isso, Thiago teria sido contratado pelas prefeituras dos municípios de Barreira, Baturité, Mulungu e Pentecoste, onde atuou ilegalmente entre 2020 e 2023.
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A peça acusatória destaca que ele “alterou a verdade sobre fato juridicamente relevante, exercendo ilegalmente a medicina e apropriando-se de dinheiro público de diversos municípios em que foi contratado, por meio de Cooperativa de Trabalho, como médico”. Ainda conforme a 93ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, “o denunciado detinha a condição de funcionário público, oportunidade em que se apropriou de dinheiro público, praticando crime de peculato”.
A denúncia foi feita nesta quinta-feira (28), por meio da 93ª Promotoria de Justiça de Fortaleza.
O caso
Thiago Celso Andrade Reges, de 38 anos, já havia sido indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por seis crimes: peculato, estelionato, exercício ilegal da medicina, falsidade de documento, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em março de 2023, em Fortaleza, e o caso envolveu ainda denúncias de enriquecimento ilícito e atividades criminosas em diferentes áreas.
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O homem falsificou um diploma de medicina supostamente emitido pela Universidad Privada Abierta Latinoamericana (UPAL), na Bolívia, e conseguiu revalidá-lo junto à Universidade Estadual do Ceará (Uece). Com o diploma fraudulento, ele obteve registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) e passou a atuar ilegalmente em hospitais de municípios como Itapajé, Mulungu, Baturité e Pentecoste.
Somente em Itapajé, Thiago recebia um salário de R$ 42.500 mensais, enquanto em Baturité acumulou mais de R$ 28 mil em pagamentos entre novembro de 2022 e março de 2023. As irregularidades foram descobertas quando a Uece constatou que o diploma apresentado por Thiago nunca havia sido emitido pela universidade boliviana.
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As autoridades seguem investigando o alcance total das ações de Thiago e a origem do patrimônio dele. A Polícia Civil suspeita que ele operava uma rede de “laranjas” para ocultar bens e pode estar envolvido em outros crimes de grande complexidade.
Ostentação
Nas redes sociais, Thiago ostentava uma vida de luxo, com fotos em carros caros e ao lado de celebridades. Investigações apontaram que ele comprou, à vista, um veículo de R$ 475 mil, registrado no nome de sua mãe, e realizava depósitos frequentes em caixas eletrônicos sem ligação com atividades comerciais. Além disso, suas visitas regulares ao aeroporto em horários de voos para a Bolívia levantaram suspeitas de vínculos com o país onde já havia mantido residência. A polícia também descobriu que Thiago alugava uma baia em um haras para guardar um cavalo, apresentando-se como criador de animais para justificar seus bens, mesmo sem atividade real no setor.
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Tráfico de mulheres
Além dos crimes investigados no Ceará, Thiago Celso tem um histórico ligado ao tráfico internacional de mulheres. Ele foi condenado em 2013 a cinco anos e seis meses de prisão por envolvimento na Operação Delivery, que desarticulou uma rede de prostituição e exploração sexual de mulheres, incluindo menores de idade, em Rio Branco, no Acre. Na época, as autoridades identificaram um esquema de aliciamento e tráfico internacional envolvendo outros denunciados.
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