Blecaute acredita no poder da arte como ferramenta de transformação social.
Blecaute: da periferia de Fortaleza para o cenário nacional das artes visuais
Da periferia de Fortaleza para os principais palcos da arte no Brasil, o artista visual Blecaute vem traçando seu caminho e marcando seu nome como uma das grandes promessas da cena cultural nacional. Nascido e criado no conjunto Rio Doce, no bairro Passaré, ele traduz em suas obras a vivência, os desafios e a força de ser negro e periférico em um país de desigualdades, abrindo espaço para futuras gerações.
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Blecaute, licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), encontrou na arte um meio de expressão que transcende as palavras. “Primeiramente, eu iniciei na palavra, né? Participando de sarau, escrevendo rap… E aí desde sempre meio que já havia um Blecaute, mas eu só descobri ele de fato quando me encontrei nas artes plásticas”, reflete o artista.
No final de 2019, Blecaute começou a explorar a pintura digital em seu celular. Com o tempo e muita determinação, foi aprimorando suas técnicas e expandindo suas possibilidades artísticas.
“Comecei nas artes digitais no meu celular. Depois, através da arte, eu consegui comprar um tablet, depois telas… Hoje estou trabalhando com tinta a óleo, que era um sonho desde quando comecei, mas que antes não era possível porque é um material mais caro. Hoje, eu consigo trabalhar com pincéis que cabem no meu bolso e que antes não cabiam. Eu acredito que é muito sobre ser inevitável, de ser impaciente, de formiga. Eu vou construindo o meu próprio nome, construindo minha própria história”, compartilha.
Blecaute: da periferia de Fortaleza para o cenário nacional das artes visuais
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Foi em 2022 que Blecaute deu início ao trabalho em telas e muros, participando de eventos que mudaram sua percepção como artista. “O contato com o público trouxe a visão de que era uma potência a ser desenvolvida enquanto negro e periférico através das artes plásticas”, explica.
Blecaute acredita no poder da arte como ferramenta de transformação social. Suas obras são inspiradas pelas experiências de infância e adolescência na periferia, com o objetivo de criar novos imaginários e simbologias.
“Quando consigo retratar pessoas semelhantes a mim e essas pessoas levam um quadro para casa, ou eu dou um quadro para elas, como já fiz várias vezes, acredito que quando você tem uma arte em casa, tudo muda”, afirma.
Em junho deste ano, Blecaute expôs mais de 30 obras na 31ª edição do Prêmio da Música Brasileira, no Rio de Janeiro. Atualmente, é curador de uma exposição coletiva sobre o amor, realizada na Galeria Chico da Silva, em Fortaleza.
“Poder fazer essa exposição num espaço como a Galeria Chico da Silva, falando sobre o amor, algo que é tão importante e que foi falado tantas vezes, mas não por nós, é realmente muito importante para mim e para a cena cultural fortalezense de um modo geral”, destaca.
Blecaute segue mostrando que é possível criar, resistir e inspirar. Para ele, seu trabalho não é apenas sobre alcançar o sucesso pessoal, mas abrir caminhos para outros talentos periféricos. “Se você é o único, que você sirva de exemplo. Não no papo meritocrático de que ‘se eu consegui, outros conseguem’, mas que, a partir do meu conseguir, eu possa abrir outras portas para outras pessoas.”
Com talento, perseverança e um olhar único sobre o mundo, Blecaute é, sem dúvida, a cara de Fortaleza e uma força emergente na arte nacional.
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