Caso a cassação seja confirmada, Zambelli perderá o mandato, será declarada inelegível por oito anos a partir de 2022 e poderá recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Justiça Eleitoral de São Paulo tem maioria pela cassação de Carla Zambelli
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) formou maioria pela cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em julgamento realizado nesta sexta-feira (13). A parlamentar é acusada de uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político durante as eleições de 2022. Com quatro votos a zero pela condenação, o processo foi interrompido devido a um pedido de vistas da juíza Maria Cláudia Bedotti.
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A análise do caso será retomada apenas em 2025, após o recesso do Judiciário. Caso a cassação seja confirmada, Zambelli perderá o mandato, será declarada inelegível por oito anos a serem contados partir do ano de 2022 e poderá recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A ação foi movida pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que argumentou que Zambelli teria criado um “ecossistema de desinformação” para angariar apoio político. Segundo a denúncia, a deputada teria disseminado notícias falsas questionando a integridade do processo eleitoral.
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O relator do caso, juiz Encinas Manfré, destacou que Zambelli atuou de forma deliberada para propagar informações fraudulentas e incitar animosidade contra o sistema eleitoral e membros do Judiciário antes e após o período eleitoral. “A parlamentar conscientemente promoveu ações que ferem o princípio da igualdade entre os candidatos”, afirmou Manfré.
Justiça Eleitoral de São Paulo tem maioria pela cassação de Carla Zambelli
O procurador eleitoral Paulo Taubemblatt reforçou as acusações, afirmando que a deputada colaborou com “tramas assustadoras no pós-eleição”, que visavam manter um estado de incerteza em relação aos resultados eleitorais. “O sistema democrático precisa se proteger daqueles que tentam solapá-lo por dentro”, defendeu.
Taubemblatt também citou a relação de Zambelli com o hacker Walter Delgatti Neto, figura central em investigações sobre ataques à segurança do sistema eleitoral.
A advogada de Zambelli, Flavia Cardoso Campos Guth, argumentou que a deputada exerceu seu direito à liberdade de expressão e que o processo não apresentou provas concretas dos crimes imputados. Guth sustentou ainda que as declarações de Zambelli, incluindo vídeos que mencionavam suposta manipulação nas urnas eletrônicas, foram feitas no exercício da imunidade parlamentar.
A defensora também criticou uma suposta articulação de parlamentares de esquerda para perseguir opositores, citando ações contra outros deputados do PL, como Nikolas Ferreira (MG) e Gustavo Gayer (GO).
Em nota, Carla Zambelli declarou que confia em uma reviravolta no julgamento. “Nada mudou. Vamos continuar fazendo um bom trabalho pelas quase 1 milhão de pessoas que acreditam em mim. A Justiça de Deus está agindo e continuará agindo até o fim desse processo”, afirmou.
O julgamento será retomado no próximo ano, quando o pedido de vistas será analisado. Caso a cassação seja confirmada pelo TRE-SP, Zambelli ainda poderá recorrer ao TSE, adiando os efeitos da decisão.
A ação contra a deputada reacende debates sobre o impacto da desinformação nas eleições e a necessidade de preservar a integridade do sistema eleitoral em meio a tentativas de desestabilização democrática.
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