O avanço das cidades cearenses coloca o patrimônio arqueológico sob constante ameaça.
Ceará abriga mais de 1.300 sítios arqueológicos, mas enfrenta desafios na preservação
O Ceará é um estado rico em história, com 1.323 sítios arqueológicos registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Entre eles, estão locais pré-coloniais e históricos espalhados por cidades como Fortaleza, Caucaia e Eusébio. No entanto, especialistas alertam que o crescimento urbano e a falta de acompanhamento adequado ameaçam a preservação desse patrimônio inestimável.
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O arqueólogo cearense Vinicius Franco, doutorando pelo Museu Nacional da UFRJ, destaca que obras de médio e grande porte seguem normas ambientais que incluem a proteção arqueológica, mas pequenas construções frequentemente passam despercebidas. “Intervenções licenciadas pelas prefeituras muitas vezes ignoram leis federais de proteção ao patrimônio cultural, o que representa um risco de perdermos sítios arqueológicos ainda desconhecidos”, explica.
Entre os sítios cearenses, destaca-se o Estação Chico da Silva, descoberto durante as obras da Linha Leste do Metrô em Fortaleza. A descoberta revelou artefatos que contribuem para recontar a história da região. Apesar disso, o estado ainda carece de políticas públicas mais rigorosas para integrar a preservação do patrimônio ao desenvolvimento urbano.
Desde 2014, o Instituto de Arqueologia e Patrimônio Cultural do Ceará, conhecido como Instituto Tembetá, tem desempenhado um papel essencial na preservação do patrimônio cultural cearense. Reconhecido pelo IPHAN, o Tembetá é responsável pela guarda de mais de 300 mil peças arqueológicas, como artefatos pré-coloniais, urnas funerárias e objetos históricos do século XIX.
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O instituto também colabora em projetos de infraestrutura, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o Metrô de Fortaleza, além de iniciativas culturais, como a restauração do Teatro Francisca Clotilde, em Aracati, e da Casa de José de Alencar, em Fortaleza. “Nossa missão vai além da arqueologia. Queremos conectar as comunidades às suas raízes culturais e garantir que a história seja preservada para as futuras gerações”, afirma Vinicius Franco.
Localizado no bairro Farias Brito, em Fortaleza, o Tembetá oferece visitas guiadas, promove atividades educativas e apoia pesquisas acadêmicas, alcançando milhares de pessoas e ampliando o conhecimento sobre o contexto arqueológico do Ceará.
O desafio da preservação no crescimento urbano
O avanço das cidades cearenses coloca o patrimônio arqueológico sob constante ameaça. Obras de infraestrutura, saneamento e novas construções podem causar danos irreparáveis sem um acompanhamento arqueológico adequado. Exemplos de outras cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, mostram que é possível conciliar desenvolvimento e preservação.
“Fortaleza precisa adotar um modelo que integre a proteção arqueológica às políticas urbanas, garantindo que nossa história seja protegida e valorizada”, defende Vinicius Franco.
Com o rico acervo do Tembetá e o compromisso de especialistas e instituições, o Ceará tem a oportunidade de preservar seu legado cultural, reforçando a importância de políticas públicas e da conscientização sobre a riqueza arqueológica do estado.
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