A infecção urinária, doença que afeta milhões de pessoas anualmente, pode se agravar e se tornar fatal se não tratada adequadamente. Embora seja comum e geralmente tratável, em alguns casos a infecção evolui para uma condição mais grave, conhecida como pielonefrite, que atinge os rins e pode causar sérias complicações.

Camila Cavalcante, uma advogada que estava grávida de seu segundo filho em 2022, foi diagnosticada com infecção urinária. Ela relatou à nossa reportagem que sentiu uma dor muito forte nas costas, que a levou a procurar atendimento médico. Apesar de estar no final da gestação, a infecção foi rapidamente diagnosticada e tratada com um antibiótico, o que garantiu que tanto ela quanto o bebê ficassem bem. “Logo em seguida, as dores passaram e segui com a gestação até o final”, contou Camila.

No entanto, nem todos os casos de infecção urinária têm um desfecho tão positivo. A apresentadora Adriane Galisteu, por exemplo, foi diagnosticada com pielonefrite no início deste mês. Ela passou a sentir uma febre alta (39°C) após um período de férias no exterior e teve que ser internada para o tratamento. A pielonefrite é uma infecção urinária alta que afeta os rins e, se não tratada a tempo, pode levar a sérias complicações, como septicemia, que é uma infecção generalizada no corpo, podendo até resultar em morte.

A infecção urinária é causada pela entrada de bactérias nocivas no trato urinário. Os sintomas incluem dor ao urinar, alterações na cor da urina, dores pélvicas e febre. Em algumas pessoas, a infecção pode ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando não tratada de maneira adequada, pode evoluir para quadros mais graves, como a pielonefrite, que afeta diretamente os rins.

O urologista responsável pelo atendimento de Marina, outra paciente diagnosticada com a infecção, alerta que quadros simples, como a cistite, são facilmente tratáveis com antibióticos, mas, em casos mais graves, principalmente em pessoas com comorbidades como diabetes ou em idosos, as complicações podem levar a internações em unidades de terapia intensiva (UTI). “A infecção urinária é uma das principais causas de internação de idosos”, afirmou.

De acordo com estudos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 7 milhões de pessoas são diagnosticadas com infecção urinária todos os anos no Brasil, e as mulheres são as mais afetadas. Estima-se que até 30% das mulheres terão, ao menos, um episódio da doença em sua vida. Isso ocorre, em grande parte, devido à anatomia do corpo feminino, pois a uretra das mulheres é significativamente mais curta que a dos homens, o que facilita a entrada de bactérias na bexiga.

O tratamento para a infecção urinária é feito principalmente com antibióticos, mas a prevenção é o melhor caminho para evitar complicações. Mudanças nos hábitos diários, como manter uma boa higiene pessoal, evitar segurar a urina por longos períodos e aumentar a ingestão de líquidos, são essenciais. Em mulheres, a recomendação é também evitar o uso excessivo de roupas apertadas, como calças jeans muito justas, e preferir roupas íntimas de algodão.

Além disso, após a relação sexual, a ingestão de líquidos deve ser aumentada e é aconselhável que a mulher urine logo após o ato sexual. Isso ajuda a eliminar as bactérias que possam ter sido transferidas para a uretra.

Embora a infecção urinária não seja considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), ela pode ser “inoculada” pela relação sexual, uma vez que as bactérias presentes no períneo ou na região anal podem migrar para a uretra durante o ato.

A prevenção e o tratamento adequado da infecção urinária são fundamentais para evitar complicações graves, como a pielonefrite. Em caso de sintomas persistentes ou agravamento, é essencial buscar atendimento médico imediatamente.

 

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