Márcia Catunda
Coluna + Emprego

Trabalho híbrido e remoto perdem espaço entre as PMEs, aponta estudo

Levantamento exclusivo da HR Tech revela aumento de vagas presenciais e retração nos modelos remoto e híbrido nas pequenas e médias empresas ao longo de 2024

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24 de fevereiro de 2025
Márcia Catunda

Um levantamento exclusivo realizado pela Sólides, empresa de tecnologia líder no Brasil em gestão de pessoas para pequenas e médias empresas (PMEs), revelou tendências importantes sobre a abertura de vagas em 2024. Os dados mostram que o modelo presencial continua amplamente dominante, com aumento de 2,1% em relação a 2023, enquanto os modelos remoto e híbrido apresentam queda significativa, de 7,4% e 20,4%, respectivamente.

Trabalho híbrido e remoto perdem espaço entre as PMEs, aponta estudo
Imagem: freepik

Em 2024, 89,7% das vagas abertas pelas mais de 35 mil PMEs parceiras da HR Tech foram para o modelo presencial, um aumento em relação aos 87,8% de 2023. Já o modelo híbrido respondeu por 6% das oportunidades (queda de 7,6% em 2023), e o remoto, por 4,2% (ante 4,5% no ano anterior). Somando remoto e híbrido, a queda proporcional foi de 15,6%, evidenciando um movimento contrário à flexibilidade que marcou anos anteriores.

Para Ale Garcia, cofundador da Sólides, os números refletem tanto o perfil das PMEs quanto o contexto econômico brasileiro: “As pequenas e médias empresas têm uma forte presença local e, muitas vezes, dependem de atividades que exigem a interação presencial. Além disso, o atual cenário econômico motivou uma necessidade maior de proximidade com as equipes, o que pode explicar a preferência crescente pelo modelo presencial.”

As PMEs têm um papel fundamental no cenário econômico brasileiro. De acordo com o CAGED, mais de 70% dos novos empregos criados no país são em micro, pequenos e médios negócios nacionais. Os dados também apontam que, embora o trabalho remoto e híbrido sejam reconhecidos por sua eficiência em determinados setores, eles enfrentam desafios estruturais e culturais em muitas PMEs. “A adoção do trabalho remoto exige investimentos tecnológicos e adaptações que nem todas as empresas conseguem implementar rapidamente. Já o modelo híbrido, que poderia ser um meio-termo, parece estar perdendo força, talvez pela complexidade de gestão e coordenação que ele traz”, analisa Garcia.

 

O levantamento também reflete uma realidade em que o presencial continua sendo mais acessível para PMEs, mesmo com as vantagens percebidas nos modelos flexíveis. Para 2025, as empresas sinalizam um foco maior em produtividade e controle direto, alinhados ao momento de cautela econômica no país.

Mesmo com a retração do remoto e híbrido, Ale acredita que os modelos flexíveis ainda têm espaço para crescer no futuro: “Com a contínua transformação digital e a modernização das PMEs, modelos híbrido e remoto podem voltar a ganhar força no futuro. É um movimento que tem potencial para acontecer de forma mais gradual e consistente.”

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