IGREJA CATÓLICA

Quanto tempo durou o conclave do Papa Francisco? Relembre momento histórico

Os conclaves são eventos essenciais na Igreja Católica, e alguns se destacaram por sua longa duração devido a impasses políticos e religiosos

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21 de fevereiro de 2025
Portal GCMAIS

O conclave que elegeu o Papa Francisco ocorreu entre os dias 12 e 13 de março de 2013, em um contexto histórico significativo para a Igreja Católica. Este evento foi convocado após a renúncia do Papa Bento XVI, que anunciou sua decisão em 11 de fevereiro de 2013, efetivando-a no dia 28 do mesmo mês. A abdicação de Bento XVI foi um acontecimento raro, pois ele foi o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos, desde Gregório XII em 1415.

Quanto tempo durou o conclave do Papa Francisco? Relembre momento histórico
Foto: Getty Images

Preparativos para o conclave

Os preparativos para o conclave começaram imediatamente após a renúncia de Bento XVI. De acordo com as normas estabelecidas pelo Código de Direito Canônico e pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, o conclave deve ser realizado dentro de um período de 20 dias após a vacância da sede papal. No entanto, devido à urgência em evitar uma longa vacância, o conclave foi antecipado para os dias 12 e 13 de março.

Os cardeais eleitores, que são aqueles com menos de 80 anos, se reuniram na Capela Sistina para deliberar sobre quem seria o sucessor de Bento XVI. O cardeal Giovanni Battista Re, por ser o cardeal-bispo eleitor de maior precedência, presidiu as reuniões que levariam à escolha do novo papa. O primeiro dia do conclave começou com uma única votação, seguida por um ciclo intenso de quatro votações diárias nos dias subsequentes.

O processo eleitoral

Durante o conclave, os cardeais se reuniram em clausura e realizaram suas votações em segredo. A tradição da fumaça é um elemento crucial na comunicação dos resultados: fumaça preta indica que nenhum papa foi eleito, enquanto fumaça branca sinaliza a escolha de um novo pontífice. No dia 12 de março, a primeira fumaça negra foi emitida às 19h41 locais, indicando que não havia consenso na primeira votação.

No dia seguinte, após cinco escrutínios ao longo do dia, a fumaça branca começou a sair da chaminé da Capela Sistina às 19h06. Mais tarde, às 20h22, o mundo conheceu o novo papa: Jorge Mario Bergoglio, que adotou o nome Francisco. Sua eleição foi uma surpresa para muitos observadores e marcou um momento histórico, pois ele se tornou o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir o papado.

Significado da eleição

A eleição do Papa Francisco simbolizou uma mudança significativa na direção da Igreja Católica. Desde sua ascensão ao papado, Francisco tem enfatizado temas como pobreza, justiça social e diálogo inter-religioso. Sua abordagem pastoral e seu estilo acessível atraíram tanto apoio quanto críticas dentro e fora da Igreja.

O conclave que resultou na eleição do Papa Francisco durou aproximadamente 25 horas, com cinco votações realizadas. Este conclave é notável não apenas pela rapidez com que um novo papa foi escolhido, mas também pelo simbolismo que a eleição representou em termos de diversidade e renovação dentro da liderança da Igreja Católica.

Desafios durante o conclave do Papa Francisco

Durante o conclave que elegeu o Papa Francisco em março de 2013, diversos desafios foram enfrentados pelos cardeais eleitores, refletindo a complexidade da situação da Igreja Católica na época. Esses desafios não apenas influenciaram as discussões internas entre os cardeais, mas também moldaram as expectativas para o novo pontificado.

1. Escândalos e crises internas

Um dos principais desafios foi a necessidade de lidar com os escândalos que marcaram o papado de Bento XVI, especialmente o caso “Vatileaks”, onde documentos confidenciais foram vazados, revelando intrigas e problemas administrativos dentro da Cúria Romana. A investigação sobre esses vazamentos estava pendente e exigia a atenção do novo papa logo após sua eleição.

2. Reforma da Cúria Romana

A Cúria Romana, que é a administração central da Igreja, enfrentava críticas severas por sua burocracia excessiva e falta de transparência. Especialistas apontavam que uma reforma era urgente para restaurar a confiança na administração vaticana. O novo papa teria que implementar uma gestão mais eficiente e descentralizada, incluindo a necessidade de aumentar a diversidade entre os cardeais, com mais representantes do chamado “Terceiro Mundo”.

3. Questões financeiras

O Banco do Vaticano, ou Instituto para as Obras de Religião (IOR), também estava sob escrutínio devido a escândalos financeiros e práticas opacas. A necessidade de uma reforma financeira foi um tema recorrente nas discussões do conclave, com os cardeais reconhecendo a urgência de estabelecer uma gestão mais ética e transparente.

4. Abusos sexuais

Os casos de abusos sexuais por clérigos eram uma ferida aberta na Igreja Católica, exigindo uma resposta firme do novo papa. A expectativa era de que Francisco continuasse os esforços de Bento XVI para enfrentar esses escândalos, garantindo que os responsáveis fossem responsabilizados e que as vítimas recebessem justiça. Esse desafio era especialmente delicado, pois envolvia não apenas questões administrativas, mas também a credibilidade da Igreja perante os fiéis.

5. Secularização e diálogo inter-religioso

A crescente secularização da sociedade e a hostilidade em relação à religião apresentavam um desafio significativo para o novo pontífice. O diálogo inter-religioso se tornava essencial para mostrar que a Igreja poderia coexistir pacificamente em um mundo pluralista. O Papa Francisco precisaria encontrar maneiras de engajar-se com diferentes culturas e religiões para promover um entendimento mútuo.

6. Perseguições religiosas

Outro desafio crítico era a perseguição aos cristãos em várias partes do mundo, especialmente na África e na Ásia. Com um aumento alarmante de ataques contra comunidades cristãs, o novo papa enfrentava a responsabilidade de abordar essas questões em sua agenda global, defendendo os direitos dos cristãos e promovendo a paz em regiões conflituosas.

7. Debates sobre Celibato e ordenação de mulheres

As discussões sobre a possibilidade de flexibilizar o celibato entre os padres e a ordenação de mulheres estavam ganhando força nas dioceses ao redor do mundo. Embora essas questões fossem consideradas controversas, havia uma pressão crescente para que o novo papa se posicionasse sobre esses temas, refletindo as mudanças nas expectativas sociais e religiosas contemporâneas.

Esses desafios não apenas moldaram o contexto do conclave, mas também definiram as prioridades do papado de Francisco nos anos seguintes. A capacidade do novo papa de enfrentar essas questões complexas seria fundamental para sua liderança e para o futuro da Igreja Católica no século XXI.

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Quais os conclaves mais longos da história?

Os conclaves são eventos essenciais na Igreja Católica, e alguns se destacaram por sua longa duração devido a impasses políticos e religiosos. Abaixo estão os conclaves mais longos da história:

1. Conclave de 1268-1271 2 anos e 10 meses)

Duração: 29 de novembro de 1268 a 1º de setembro de 1271 (34 meses).

Resultado: Eleição do Papa Gregório X.

Motivo da demora: Divisões políticas entre cardeais franceses e italianos. Nenhum dos lados conseguia alcançar os dois terços necessários para eleger o papa.

Medidas extremas: Os cardeais foram trancados no Palácio Episcopal de Viterbo, com racionamento de comida e até a remoção do teto do edifício para acelerar a decisão. Este evento levou à criação das regras modernas do conclave, formalizadas pelo próprio Gregório X na constituição Ubi periculum.

2. Conclave de 1314-1316 (2 anos e 3 meses)

Duração: 1º de maio de 1314 a 7 de agosto de 1316 (27 meses).

Resultado: Eleição do Papa João XXII.

Motivo da demora: Divisões entre cardeais franceses e italianos durante o período da sede papal em Avignon. A eleição só foi concluída após intervenção do rei francês Felipe V6.

3. Conclave de 1417 (2 anos)

Duração: Parte do Concílio de Constança, encerrado em 1417.

Resultado: Eleição do Papa Martinho V.

Motivo da demora: Este conclave foi convocado para encerrar o Grande Cisma do Ocidente, que resultou em três reivindicações simultâneas ao papado. A complexidade política e religiosa prolongou o processo6.

Conclaves mais recentes com longas durações

Embora os conclaves modernos sejam mais rápidos devido às regras estabelecidas, alguns também se destacaram:

Conclave de 1922 (5 dias): Eleição do Papa Pio XI, sendo o mais longo do século XX.

Conclave de 2005 (2 dias): Eleição do Papa Bento XVI após quatro votações.

Conclave de 2013 (2 dias): Eleição do Papa Francisco após cinco votações.

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Os últimos conclaves

Conclave de 1978 (João Paulo I)

O conclave que elegeu o Papa João Paulo I durou apenas dois dias, de 25 a 26 de agosto de 1978. Apesar de sua brevidade, este conclave foi significativo por ter sido o primeiro após a morte do Papa Paulo VI, que havia falecido em agosto do mesmo ano. João Paulo I foi eleito em meio a expectativas elevadas, mas seu papado foi extremamente curto, durando apenas 33 dias.

Conclave de 1978 (João Paulo II)

Após a morte repentina de João Paulo I, um novo conclave foi convocado em outubro do mesmo ano, que durou três dias, de 14 a 16 de outubro de 1978. Este conclave resultou na eleição do Papa João Paulo II, o primeiro papa não italiano em mais de quatro séculos. Sua eleição foi um marco histórico e teve um impacto significativo na Igreja Católica e no mundo.

Conclave de 2005 (Bento XVI)

O conclave que elegeu o Papa Bento XVI ocorreu entre os dias 18 e 19 de abril de 2005, totalizando dois dias. Este conclave foi convocado após a morte do Papa João Paulo II e resultou na escolha do cardeal Joseph Ratzinger, que adotou o nome Bento XVI. Sua eleição foi marcada por uma continuidade das políticas do seu antecessor, mas também trouxe à tona questões sobre a modernização da Igreja.

Conclave de 2013 (Papa Francisco)

O conclave que escolheu o Papa Francisco ocorreu entre os dias 12 e 13 de março de 2013, durando apenas dois dias. Após a renúncia histórica de Bento XVI, este conclave foi notável por eleger o primeiro papa latino-americano e jesuíta da história da Igreja Católica. A rapidez da decisão refletiu uma necessidade urgente por renovação dentro da Igreja.

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