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Papa Francisco faz apelo contra a guerra e pede para “desarmar a Terra” em carta

O Papa Francisco está em tratamento no hospital Gemelli, em Roma, desde o dia 14 de fevereiro, com uma pneumonia bilateral

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18 de março de 2025
Portal GCMAIS

O Papa Francisco fez um apelo à paz e por “desarmar a Terra”, em carta enviada ao diretor de um jornal italiano, conforme divulgou nesta terça-feira (18) o Vaticano. O texto foi endereçado a Luciano Fontana, que é diretor do jornal Corriere della Sera.

Papa Francisco faz apelo contra a guerra e pede para “desarmar a Terra” em carta
Foto: Vatican Media

“Precisamos desarmar as palavras para desarmar as mentes e desarmar a Terra. Há uma grande necessidade de reflexão, de calma, de um senso de complexidade”, pontuou ele, na mensagem. “Enquanto a guerra apenas devasta as comunidades e o meio ambiente, sem oferecer soluções para os conflitos, a diplomacia e as organizações internacionais precisam de nova força vital e credibilidade. As religiões, além disso, podem se valer da espiritualidade dos povos para reacender o desejo da fraternidade e da justiça, a esperança de paz.”

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Tratamento

O Papa Francisco está em tratamento no hospital Gemelli, em Roma, desde o dia 14 de fevereiro, com uma pneumonia bilateral, que é quando a doença atinge os dois pulmões.

Segundo informações do Vaticano divulgadas na noite desta segunda-feira (17), a situação do Papa é estável, com pequenas melhoras com o tratamento respiratório e motor. Ele utiliza menos oxigenação de alto fluxo com cânulas nasais e, em alguns momentos, pode ficar sem oxigenoterapia. À noite, ele usa ventilação mecânica não invasiva. O próximo boletim médico está previsto para quarta-feira (18).

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Confira a íntegra da mensagem enviada pelo Papa Francisco ao diretor do jornal italiano Corriere della Sera, Luciano Fontana:

Prezado diretor,

gostaria de agradecer pelas palavras de proximidade com as quais desejou estar presente neste momento de doença em que, como já disse, a guerra parece ainda mais absurda. A fragilidade humana, de fato, tem o poder de nos tornar mais lúcidos em relação ao que dura e ao que passa, ao que nos faz viver e ao que mata. Talvez seja por isso que, com tanta frequência, tendemos a negar os limites e a evitar pessoas frágeis e feridas: elas têm o poder de questionar a direção que escolhemos, como indivíduos e como comunidade.

Gostaria de encorajar o senhor e todos aqueles que dedicam trabalho e inteligência para informar, através de instrumentos de comunicação que agora unem nosso mundo em tempo real: sentir toda a importância das palavras. Elas nunca são apenas palavras: são fatos que constroem os ambientes humanos. Elas podem conectar ou dividir, servir a verdade ou se servir dela. Precisamos desarmar as palavras para desarmar as mentes e desarmar a Terra. Há uma grande necessidade de reflexão, de calma, de um senso de complexidade.

Enquanto a guerra apenas devasta as comunidades e o meio ambiente, sem oferecer soluções para os conflitos, a diplomacia e as organizações internacionais precisam de nova força vital e credibilidade. As religiões, além disso, podem se valer da espiritualidade dos povos para reacender o desejo da fraternidade e da justiça, a esperança de paz.

Tudo isso exige comprometimento, trabalho, silêncio e palavras. Sintamo-nos unidos nesse esforço, que a Graça celeste não deixará de inspirar e acompanhar.

Francisco

Roma, Policlínica Gemelli, 14 de março de 2025

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