A problemática ganhou ainda mais relevância após o assassinato da influenciadora Beatriz Miranda
Entenda os perigos causados pelo excesso de exposição da vida pessoal nas redes sociais
Com a popularização das redes sociais, a exposição das rotinas pessoais tornou-se uma constante na vida de muitos influenciadores digitais. Esse fenômeno tem gerado discussões sobre os limites da privacidade e as consequências psicológicas da exposição em um espaço virtual que, muitas vezes, parece fora de controle. Para a psicóloga Tatiana Tostes, a crescente exposição nas redes sociais está intimamente ligada à busca por validação, onde a imagem pessoal ganha uma dimensão pública e até idolatrada.

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“As redes sociais não deixam de tornar espetacular algo que é próprio do sujeito”, afirma Tatiana, explicando que, ao se expor na internet, o indivíduo não apenas compartilha sua vida, mas cria uma relação com uma audiência que pode admirar, curtir e até imitar suas ações. “Quando eu me exponho em uma rede social, eu tenho ali uma plateia, um público que passa a curtir, que passa a valorizar, que passa a me ver numa dimensão em que eu mesma não me via antes”, acrescenta.
Entretanto, essa exposição pode ter repercussões profundas. De acordo com Tatiana, o efeito de “contágio” dos conteúdos compartilhados nas redes sociais é inegável. “Se eu publico numa rede social ações positivas, de cunho social, isso tem um efeito de contágio. Daqui a pouco está todo mundo fazendo também. Da mesma forma, se eu publico cenas de ódio, violência ou destruição, isso também gera repercussão”, alerta a psicóloga.
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A problemática ganhou ainda mais relevância após o assassinato da influenciadora Beatriz Miranda, quando surgiram comentários em redes sociais culpando a vítima pela própria morte. Muitos apontaram uma suposta agressão praticada por Beatriz contra o ex-companheiro, principal suspeito do crime. Comentários como esses são comuns em ambientes virtuais, onde as vítimas frequentemente enfrentam julgamentos sem uma análise profunda da realidade que as envolvia.
A vice-presidente da Comissão da Mulher na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ana Paula Brito, ressalta que o julgamento nas redes sociais desconsidera muitas vezes as violências psicológicas que as mulheres sofrem. “A gente tem a visão de que a vítima é uma pobre coitada, que ela não sabe se defender, e muitas vezes ela acaba passando do seu limite. Ela pode acabar se defendendo de uma forma errada, mas o que eu estou dizendo é que é compreensível que a vítima queira reagir, mas nunca na proporção do agressor, que é a morte, que é o feminicídio”, explica Ana Paula.
Em um contexto onde a justiça ainda lida com questões de misoginia e violência contra as mulheres, a advogada afirma que os responsáveis por comentários que justifiquem mortes ou culpem as vítimas podem ser processados, caso as famílias das vítimas se sintam ofendidas. “A família da vítima, se ela se sentir atacada, ofendida, pode buscar os direitos de uma indenização indireta. Não é porque a pessoa morreu que a sua moral possa ser atacada dessa forma”, afirma.
Além disso, a psicóloga Tatiana Tostes destaca que os limites para a exposição nas redes sociais são algo que deve ser pessoal e refletido de acordo com o que cada um está disposto a revelar. “Quando eu me exponho, quando eu me revelo, estou abrindo toda uma dimensão psíquica e um espaço interno meu para o outro. Então, eu tenho que pensar: até onde eu permito que o outro me acesse?”, questiona Tatiana, enfatizando a importância de respeitar a própria vulnerabilidade e privacidade.
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