Estudo realizado na Unifor é alternativa para tratamento da doença
Cientistas cearenses produzem anticorpo contra câncer com leite de caprinos
O Brasil é o 7º maior mercado farmacêutico do mundo, segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF). Ainda assim, é dependente da importação de insumos e tecnologia no setor. Mais de 90% dos medicamentos acabados e princípios ativos são trazidos de fora. O anticorpo anti-VEGF, por exemplo, utilizado para o tratamento de diversos tipos de câncer (pulmão, ovários e cólon), é totalmente importado.
Um estudo cearense identificou alta concentração do anticorpo monoclonal anti-VEGF produzido no leite de caprinos geneticamente modificados. Os animais estão produzindo em média 3,8 gramas do anticorpo por litro de leite, o que corresponde a 9,5 frascos. Assim, a produção do medicamento é uma alternativa para o tratamento da doença.
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Leonardo Tondello, do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) da Universidade de Fortaleza (Unifor) – onde a pesquisa é realizada – afirmou que a cabra transgênica produz diariamente anti-VEGF suficiente para o tratamento de até 60 pacientes. Além da alta produção, o custo é mais barato.
Baixa rejeição
Os pesquisadores identificaram que o composto possui estrutura semelhante aos anticorpos encontrados em seres humanos. Isso representa, para os envolvidos, uma baixa rejeição pelo organismo humano.
“Quando se fala em biofármacos, sempre há preocupação com o índice de rejeição. Vários produtos que estão no mercado causam certo grau de rejeição, ocasionando algum grau de reação imune nos pacientes. Mesmo assim, são comercializados porque o efeito terapêutico deles compensa”, detalhou Tondello.
Os estudos ainda analisaram a eficácia e a atividade do anticorpo. Para tanto, os cientistas realizaram testes em camundongos com câncer de pulmão. Os animais tratados com o leite tiveram uma redução significativa no tamanho dos tumores.
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