A maioria dos casos varia entre a prática da extração da carnaúba e outras atividades no meio rural
No Ceará, quase 300 trabalhadores foram resgatados de trabalho análogo à escravidão
Em uma década, 289 trabalhadores foram flagrados em condições análogas à de escravidão no meio rural e também nas áreas urbanas do Ceará. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27) pela Fiscalização do Trabalho do Estado.
Segundo o levantamento do setor de fiscalização de combate a esse tipo de mão-de-obra, o ano que registrou o maior número de trabalhadores nessas condições foi 2013, com 103 resgatados. As atividades variam entre a prática da extração da carnaúba e outras atividades no meio rural. Porém, com o passar dos anos, a exploração desse tipo de mão-de-obra ganhou espaço também na área urbana.
No ano de 2020, os auditores do Trabalho fiscalizaram 5.532 empresas, o que resultou no registro de mais de 400 carteiras assinadas no Ceará.
Em 2019, sete trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados em uma obra em um bairro nobre da cidade de Fortaleza. As fiscalizações de combate ao Trabalho Escravo continuam sendo realizadas de acordo com a apuração das denúncias recebidas.
Brasil
Em todo o país, mais de 11 mil trabalhadores foram flagrados em situação semelhante no período. Entre os estados com maior número de registros, estão: Pará, Mato Grosso e Minas Gerais. Somente em 2020, mesmo com a pandemia de coronavírus, 942 trabalhadores foram resgatados.
Para o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (DETRAE), o auditor-fiscal do Trabalho Maurício Krepsky, o combate às condições análogas às de escravo em um ano de pandemia foi um grande desafio. “Medidas de prevenção para a atuação da Inspeção do Trabalho precisaram ser seguidas rigorosamente, tendo em vista o cuidado com a saúde dos integrantes da operação e com os trabalhadores dos estabelecimentos fiscalizados”, comentou.
O maior resgate de trabalhadores em um único estabelecimento em 2020 ocorreu no Distrito Federal, onde 78 trabalhadores estavam trabalhando em condições degradantes para uma seita religiosa.
As atividades econômicas onde houve constatação de mão-de-obra em condição análoga à de escravo em 2020, quanto ao número de resgatados, foram o cultivo de café (140), a produção de carvão vegetal (107), o comércio varejista (91), o cultivo de cebola (65) e a montagem industrial (63).
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