O chanceler estava no governo desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, mas não resistiu aos conflitos com o Centrão
Ernesto Araújo pede demissão após conflito com parlamentares
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, pediu demissão nesta segunda-feira (29), segundo fontes ouvidas pelo Grupo Record. O chanceler estava no governo desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, mas não resistiu aos conflitos com o Centrão, por sua conduta na política diplomática durante a pandemia.
O anúncio sobre sua saída acontece após reunião de Araújo com o secretariado. A agenda oficial do ministro havia sido cancelada para possibilitar o encontro.
As críticas à gestão do ministro se intensificaram na última semana, após uma audiência com senadores. Na ocasião, falava sobre as dificuldades que o Brasil enfrentava para comprar as vacinas contra a Covid-19. No dia seguinte ao encontro, o presidente do Legislativo, Rodrigo Pacheco (DEM) criticou as políticas externas, mas sem citar o nome de Ernesto Araújo.
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“Tivemos muito erros no enfrentamento dessa pandemia e um deles foi o não estabelecimento de uma relação diplomática de produtividade com diversos países que poderiam ser colaboradores nesse momento agudo de crise que nós temos no Brasil. Ainda está em tempo de mudar para poder salvar vidas. Temos que mudar o rumo dessa política externa para que tenhamos parcerias, o Brasil é muito importante para o mundo em muitos aspectos aqui temos Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e produção de alimentos para o mundo”, disse.
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O estopim foi o gesto supremacista feito pelo assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, enquanto o presidente Rodrigo Pacheco discursava.
“Senado não é lugar de brincadeira. Senado é lugar de trabalho. E ali nós estávamos trabalhando, buscando soluções, informações de um ministério que está muito a quem do desejado para o Brasil. Era um trabalho muito sério que estávamos desenvolvendo, e que não pode esse tipo de conduta estar presente num ambiente daquele, mas claro, sem pré-julgamentos e garantindo a ampla defesa”, declarou Pacheco.
No dia 26 de março, a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) pediu, em carta aberta, a demissão do ministro, em função do seu “leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas”. Dois dias depois, o chanceler divulgou nas redes sociais que as críticas à sua gestão se devem às negociações para a entrada do 5G no país, irritando os senadores.
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