Cerca de 50 pacientes já fizeram uso deste tratamento na Capital
ECMO, tratamento usado por Paulo Gustavo, também foi aplicado em pacientes de Fortaleza
Um dos principais órgãos afetados pela covid-19 são os pulmões. Responsáveis pela nutrição de oxigênio no corpo, quando eles chegam a uma situação crítica, o paciente sofre sérios riscos de vida e os médicos fazem diversos procedimentos para evitar uma piora. E um deles, que ganhou atenção especial nos últimos dias, é o ECMO.
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O tratamento, também chamado de Oxigenação por Membrana Extracorpórea, é usado pelo ator Paulo Gustavo, que está lutando contra a covid-19 em um hospital no Rio de Janeiro. Mas, para além do artista, diversas pessoas já passaram pelo procedimento no País, inclusive em Fortaleza. Mais de 50 pacientes já fizeram uso deste tratamento na capital cearense, tanto na rede pública quanto privada.
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A médica Patrícia Souza explica que a ECMO é um tratamento usado apenas nos pacientes em situação crítica, quando o paciente não consegue manter a oxigenação do corpo mesmo com o uso dos ventiladores mecânicos. Nestes casos, uma máquina funciona como uma espécie de pulmão artificial, oxigenando o sangue do paciente.
“Trata-se de uma membrana extracorpórea que oxigena o sangue”, explica a Dra. Patrícia Souza. “O sangue do paciente é ligado a essa máquina através de câmaras em que se extrai o sangue do paciente, ele passa por essa membrana, eu oxigeno, e devolvo para o paciente já o sangue oxigenado”, detalha.
Ela alerta que este procedimento, por ser um tratamento invasivo, que retira o sangue do paciente e oxigena ele externamente, é indicado apenas em situações muito pontuais. “O paciente precisa ter condições de receber a ECMO. A gente precisa entender que ela não é uma terapêutica para o pulmão, ela apenas mantém o pulmão em repouso de forma que eu possa esfriar o processo inflamatório e o paciente retorne ao uso da ventilação mecânica após a separação dele da ECMO”, explica a médica.
Em Fortaleza, mais de 50 pacientes já utilizaram o procedimento para tratar da covid-19. Na rede pública, o Hospital da Messejana já fez uso do ECMO no tratamento de quadros críticos da doença.
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Eficácia do ECMO
A médica explica que este tratamento é, geralmente, usado em pacientes que já passaram por outros procedimentos e, sem resposta positiva, acaba sendo indicado o uso do ECMO. Porém, o momento da indicação e as comorbidades que o paciente possui são extremamente relevantes na eficácia do tratamento.
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“É um doente extremamente crítico e, sim, é um paciente com alto risco de mortes. A eficácia depende, e muito, do momento em que eu indiquei a ECMO, qual a fragilidade deste paciente”, explica a Dra. Patrícia Souza.
Ela relata que, segundo os pesquisadores, a média de mortalidade nos pacientes que fizeram uso do ECMO fica em torno dos 48% em todo o mundo. “A ECMO é uma ponte, dá um tempo para esse organismo se restabelecer”, reforça a médica. “A gente precisa entender que é um instrumento de alta tecnologia, mas que não trata a doença”.
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