CPI

Kátia Abreu para Ernesto Araújo: “O senhor é um negacionista compulsivo, omisso”

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado deixou o ex-ministro sem reação

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18 de maio de 2021
Assistente de Redação Vídeo

A presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), aproveitou o tempo de perguntas ao ex-chanceler Ernesto Araújo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 para fazer críticas à atuação do ex-ministro à frente do Itamaraty.

Kátia Abreu para Ernesto Araújo: “O senhor é um negacionista compulsivo, omisso”
Foto: Divulgação

“O senhor é um negacionista compulsivo, omisso. O senhor foi uma bússola que nos direcionou para o caos, o icebergue, o naufrágio da política internacional brasileira. O senhor não só colocou o Brasil como pária. O Brasil foi muito pior. Em vez de pária, o senhor colocou o Brasil na posição de irrelevância. O senhor bateu no peito para dizer que as vacinas vieram ao Brasil graças à sua gestão no Ministério das Relações Exteriores. Eu quero lembrar a todos que, até abril, 85% de toda vacina colocada no braço dos brasileiros vieram da China e a despeito do senhor Ernesto Araújo, porque o Butantan – que é do governo de São Paulo para a contrariedade de muitos – fez uma contratação direta. Não teve uma palha de necessidade do Governo Federal”, afirmou.

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Kátia Abreu também acusou Araújo de ter memória seletiva.

“O senhor Ernesto Araújo não se lembra de nada do que importa, mas se lembra de questões mínimas e supérfluas e até mesmo não verdadeiras. Eu quero descobrir, antes de mais nada, quem foram os responsáveis pelas mortes dos brasileiros e dos tocantinenses até agora. Nós estamos atrás dos membros do Governo Federal que permitiram um número exorbitante de mortes até agora. Estamos atrás dos responsáveis. De uma economia que faliu ainda mais por conta de uma pandemia prolongada e mal administrada, de 26 milhões de desempregados, empresas fechando, uma economia no chão e endividamento das famílias exorbitante. É um complexo que precisa ser responsabilizado”, destacou.

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Abreu finalizou clamando a Deus piedade da alma de Ernesto.

“O senhor deve desculpas ao País. Eu imagino que o senhor tenha uma memória seletiva, para não dizer uma memória leviana. O senhor não se lembra de nada do que importa e do que ocorreu efetivamente. Quero lembrar ainda – que o senhor está esquecido, porque sua memória não é boa – uma reunião ministerial que houve no Palácio, onde foram ditas algumas coisas e foi pedida a abertura dessas falas nessa reunião ministerial. E o ministro Celso de Mello autorizou. E a AGU pediu encarecidamente que um pedaço fosse retirado ‘pelo amor de Deus, ou vai dar um problema diplomático seríssimo’. E adivinha de quem era esse trecho? De vossa senhoria, aonde o senhor atacava fortemente a China. E, portanto, o ministro Celso de Mello, graças a Deus, permitiu a retirada da sua fala, porque só estava fazendo bonito para a família Bolsonaro. Eu gostaria que o senhor tivesse coragem, podia repetir quais foram as palavras que o senhor disse lá. Porque nós poderemos pedir pela CPI a quebra desse sigilo e ver quais foram as palavras ditas naquela reunião ministerial. O senhor criticou a nossa proximidade com a China, com a Europa, com os Brics e com os países da América Latina. O senhor, de fato, é um homem muito ousado, muito corajoso. Em algum momento, o senhor se lembrou que estava lançando ao mar todo o trabalho de anos da diplomacia brasileira. Nós vamos fazer uma oitiva com o ex-chanceler Ernesto Araújo, que era o ministro do Itamaraty e que infelizmente não praticou uma boa diplomacia, atrapalhou muito na busca das vacinas. Que Deus tenha piedade desta alma”, concluiu.

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