COMBATE AO CÂNCER

Comissão Nacional de Mamografia recomenda a tomossíntese como principal exame de rastreio para o câncer de mama

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25 de maio de 2021
André Rabelo

Após a análise de uma série de estudos americanos e europeus, a Comissão Nacional da Mamografia divulgou um parecer indicando a tomossíntese mamária como o principal método de rastreio para o câncer de mama. A orientação é de que, quando possível, o exame seja feito em conjunto com a mamografia.

Comissão Nacional de Mamografia recomenda a tomossíntese como principal exame de rastreio para o câncer de mama
A tomossíntese é considerada um avanço da mamografia digital. Foto: divulgação

De acordo com a médica radiologista Cristiane Spadoni, a avaliação agregada já é realizada na Clínica Imax permitindo melhor desempenho, resultados mais precisos – com detecção de lesões de forma precoce. “Com esse método temos maior facilidade para detectar lesões pequenas associadas a distorção arquitetural, que apesar de iniciais já são cânceres que invadem o tecido mamário”, explica.

O exame simultâneo é realizado em um mamógrafo de última geração, o único disponível em todo o sul do país. Andrea Cianfarano, médica radiologista, explica que as duas avaliações são realizadas simultaneamente. “O equipamento nos permite obter imagens da mamografia digital e da tomossíntese de uma só vez e com única compressão das mamas. Com a mamografia sintetizada não há necessidade da mamografia 2D pois o software do equipamento consegue obtê-la através das imagens da tomossíntese o que reduz significativamente a dose de radiação. Esse equipamento também oferece mais conforto às pacientes, pois é anatômico e exige menor compressão das mamas”.

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O que é

A tomossíntese é considerada um avanço da mamografia digital, que permite visualizar a mama de forma tridimensional (3D) e oferece ao médico radiologista uma série de imagens em “fatias” bem finas, permitindo melhor análise. O exame é semelhante à mamografia, porém com uma compressão mais suave das mamas.

Oferece uma série de vantagens ao paciente. “O exame aumenta a detecção do câncer, permite melhor avaliação do local e do tamanho da lesão e possibilita detecção de cânceres menores, em mamas densas”, explica Cristiane.

Realizar os exames de rotina conforme indicação médica é essencial para identificar possíveis nódulos de forma precoce, o que aumenta as chances de cura e torna o tratamento menos agressivo. “A mamografia ou tomossíntese é indicada para as mulheres com 40 anos ou mais, para aquelas mais jovens que têm casos de câncer de mama na família ou têm outros fatores de risco para a doença. A avaliação deve ser feita de forma individual por seu médico ginecologista”, afirma a especialista.

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Dados da pandemia

O câncer de mama é o segundo tipo que mais atinge as mulheres, representando cerca de 20,9% de todos os cânceres que atingem o sexo feminino, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Durante a pandemia, iniciada em março de 2020, houve uma redução de 67% na realização de mamografias pelo SUS – em mulheres de 50 a 59 anos de idade – se comparado ao mesmo período de 2019. Os dados são da Rede de Pesquisa em Câncer de Mama.

O INCA estima, ainda, 66.2 mil novos casos de câncer de mama para cada ano do triênio de 2020 a 2022, o que corresponde a um risco estimado de 61,61 novos casos a cada 100 mil mulheres. Apenas no sul do Brasil, são esperados 71,16 casos a cada 100 mil.

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De acordo com a radiologista Cristiane Spadoni, manter os exames de rastreamento é fundamental para aumentar as chances de cura nos casos de detecção de tumores “Doenças como o câncer, infelizmente, não deixam de acontecer. Mesmo durante a pandemia é essencial manter a realização dos exames de rotina, conforme a indicação do médico”, reforça a médica.

Segundo ela, a não realização dos exames de mamografia pode ocasionar em prejuízo para as mulheres com a possibilidade de aumento do tumor e menor chance de cura e de uma sobrevida mais longa.

A realização periódica dos exames conforme a indicação do médico é essencial, já que o câncer descoberto no início tem 95% de chances de cura e o tratamento é menos agressivo.

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