A cantora Preta Gil lamentou a partida de sua madrinha, Gal Costa, nesta quarta-feira (9). A filha de Gilberto Gil pediu para sua equipe se manifestar. “Preta não consegue se pronunciar agora e nem responder jornalistas. Ela está em casa com sua mãe, Sandra, irmã de Gal. Momento muito triste, muito chocante para a família toda, mas ela pediu, que nós da equipe, postássemos esse vídeo no aniversário de 2 anos da Preta, quando sua madrinha a abraçava em seu colo. ‘Obrigada por tudo, minha madrinha, minha musa, minha mãezinha’”, afirmou.
Preta revelou, recentemente, como era ter Gal como madrinha. “Ela me levava para comprar roupa – aliás, a Gal adorava fazer isso. Entrar era fácil, sair era um problema. Uma multidão na porta. Ela tinha segurança, chamavam mais seguranças, muitas vezes chamavam a polícia para ajudar a gente a sair de uma loja. Eu achava o máximo. Não sabia que aquilo era ser um ídolo. Aquilo era a minha família”, declarou em entrevista a Quem.
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Gal e Preta gravaram juntas a canção Vá se Benzer, em 2017. “Quando você tem a Gal Costa de madrinha, fica pensando em várias maneiras de abordá-la para um trabalho, mesmo sendo próxima. Agora, imagina explicar para ela que eu tinha que fazer um clipe? Ela falava: ‘Minha filha, clipe você faz com a Pabllo Vittar’ (risos). Mas eu queria eternizar esse momento. Eu cheguei com três malas na porta da casa dela em São Paulo, com roupas para ela experimentar. Foi muito engraçado. Ela disse: ‘Não, eu não vou experimentar’. Mas eu, com meu jeitinho de filha, falei: ‘Prove, sim, eu quero que você fique linda’. Aí, ela topou e fez tudo. Eu prometi que seriam só quatro horas de filmagem. Quando eu vi, ela já estava há seis horas no set, feliz, amarradona. Foi tão especial. Senti uma energia, um rebatismo, um novo fôlego”, concluiu.
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Gal Costa: uma artista completa
Maria das Graças Penna Burgos, conhecida como Gal Costa, nasceu em Salvador, Bahia, no dia 26 de setembro de 1945. Filha de Arnaldo Burgos e Mariah Costa Penna, ficou órfã de pai com 14 anos de idade. Trabalhou como balconista de uma loja de discos em Salvador. Em 1963, conheceu Caetano Veloso, apresentada por Dedé Gadelha, sua vizinha e amiga e futura esposa do cantor.
Em 1964, participou do show Nós, Por Exemplo, ao lado de Caetano, Gilberto Gil, Bethânia e Tom Zé, na inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador. Em 1965, muda-se para o Rio de Janeiro e lança seu primeiro disco, gravado ao lado de Caetano Veloso, um compacto com as músicas Sim, Foi Você, de Caetano, e Eu Vim da Bahia, de Gilberto Gil. Em 1966, participou do I Festival Internacional da Canção com a música Minha Senhora, de Gilberto Gil e Torquato Neto.
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Em sua fase “tropicalista”, que absorveu influências do canto rasgado de Janis Joplin e da “psicodelia” de Jimi Hendrix, lançou seu primeiro disco solo, Gal Costa (1969), com as músicas Baby, Divino Maravilhoso, Que Pena e Não Identificado, que alcançaram grande sucesso. Em 1971, lançou Fa-Tal: Gal a Todo Vapor, gravado ao vivo, que serviu para carregar a bandeira do Tropicalismo, enquanto seus dois principais compositores, Caetano e Gil, estavam no exílio. O disco traz grandes sucessos, entre eles Chuva Suor e Cerveja, Como 2 e 2 e Pérola Negra. Em 1975, grava a música de abertura da novela Gabriela, a canção Modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi, que faz grande sucesso.
Em 1979, Gal Costa se distancia do repertório roqueiro e se consagra como a intérprete de MPB e lança Gal Tropical, onde cantou alguns de seus maiores sucessos como Balancê, Força Estranha, Índia e Meu Nome é Gal. Em 1980, Gal lançou Aquarela do Brasil, onde reuniu músicas de Ary Barroso, entre elas Aquarela do Brasil, É Luxo Só, Na Baixa do Sapateiro, Camisa Amarela e No Tabuleiro da Baiana.
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A aclamação popular de Gal Costa, que já havia se desenhado nos sucessos Festa do Interior, Meu Bem Meu Mal e Açaí, do disco Fantasia, (1981) vai se consolidar com o disco Bem Bom, de 1985 – o mais vendido da cantora, com um balanço vanguardista de Arrigo Barnabé (a faixa-título) e da dupla, Michael Sullivan e Paulo Massadas, com a música Um Dia de Domingo, em dueto com Tim Maia.
A partir da segunda metade dos anos 1990, Gal Costa passou a reler suas antigas gravações. Em 2001, foi incluída no Hall of Fame do Carnegie Hall, sendo a única cantora brasileira a entrar no Hall, após participar do show 40 anos de Bossa Nova, em homenagem a Tom Jobim. Em 2005, lançou o álbum Hoje.
Em 2011, Gal Costa lançou o álbum Recanto, concebido e composto por Caetano Veloso, o disco tirou a cantora de um autoexílio fonográfico de seis anos. Em 2015, Gal Costa lançou Estratosférica, em três formatos – LP, CD e download. O repertório reúne as músicas Sem Medo, Nem Esperança, Casca, Anuviar, Ecstasy, Dez Anjos, entre outras.