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Argentina, de Messi, vence a França nos pênaltis e é tricampeã do mundo

Argentina, de Messi, vence a França nos pênaltis e é tricampeã do mundo

Foto: Reprodução

A Argentina não precisa mais cantar que é uma ilusão. Virou realidade. Ainda que da forma mais dramática possível, no pênaltis. O país que tem Diego Maradona no céu e Lionel Messi no gramado do estádio Lusail, no Catar, conquistou neste domingo (18) La Tercera, com uma vitória nos pênaltis por 4 a 2 (2 a 2 no tempo normal e 3 a 3 na prorrogação) sobre a então atual campeã França e ficou com o tricampeonato da Copa do Mundo.

Nas penalidades, Mbappé, Coman (Martínez defendeu), Tchouameni (para fora), Kolo Muani cobraram para os franceses; Messi, Dybala, Paredes e Montiel para os argentinos.

Messi e Di María, velhos parceiros, fizeram os gols ainda no primeiro tempo. Kylian Mbappé chegou a empatar a partida em dois gols em dois minutos, mas Messi, de novo, marcou aos 3 minutos do segundo tempo da prorrogação. Mbappé, em uma disputa particular dos camisas 10, fez o terceiro na prorrogação e levou a decisão para os pênaltis no melhor jogo da história das Copas.

Os hermanos haviam conquistado os títulos na Argentina 1978 e no México 1986, quando Maradona fez um gol antológico, outro de mão e um pouco mais. Vice no Brasil 2014, Messi buscou como ninguém o único título que faltava em sua carreira e só não fez chover no deserto. Aos 35 anos, em sua última Copa, o camisa 10 entrou para a história como um campeão mundial assim como o eterno ídolo albiceleste.

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Para a França, apesar da dor do vice-campeonato, vale a celebração de um time que foi campeão mundial há quatro anos (não conseguiu quebrar a marca do bicampeonato do Brasil em 1958-1962) e tem em Mbappé um dos maiores da história. O jovem completará 24 anos na próxima terça e, seguramente, disputará ainda mais e mais Mundiais.

Na música cantada das ruas estreitas do Souq Waqif, tradicional mercado a céu aberto no centro de Doha, às arquibancadas do moderno Lusail, a torcida sul-americana dizia que “agora voltamos a ter ilusão / quero ganhar a terceira [Copa] / quero ser campeão mundial”. A canção veio justamente depois de uma vitória sobre o Brasil, em uma versão continental do Maracanazzo, repetido na Copa América de 2021. Ali, a seleção levantou o seu primeiro título profissional em 28 anos.

Lionel Messi e Lionel Scaloni

Lionel Scaloni armou a sua Scaloneta de forma corajosa mesmo contra uma equipe que pode oferecer perigo de muitas formas. O treinador mudou mais uma vez o time, manteve a linha de defesa, mas sacou o meio-campo Leandro Paredes para a entrada de Di María. A volta do experiente jogador ao time titular tinha mais que apenas uma mística de gols do atacante em finais (marcou gols nas finais de Pequim 2008, Copa América 2021 e Finalíssima 2021).

Foi do lado de Di María, em uma noite ‘Di Magia’ que saiu a jogada do primeiro gol. O atacante arrancou pela ponta esquerda, recebeu um empurrão e uma rasteira de Dembélé, que já havia ficado para trás. O árbitro polonês Szymon Marciniak não precisou nem do VAR para marcar o pênalti. Messi, agora jogador com mais jogos em Copas do Mundo (um a mais que os 25 de Lothar Matthäus) esperou o goleiro Hugo Lloris escolher o canto para chutar do outro lado. A extrema frieza na cobrança só não foi vista na comemoração, como quem desfrutava daquele grande palco pela última vez.

Todos os gols de Lionel Messi em Copas do Mundo (13)

Alemanha 2006: Argentina 6×0 Sérvia e Montenegro: 1 gol
África do Sul 2010: sem gol
Brasil 2014: Argentina 2×0 Bósnia Herzegovina – 1 gol
Brasil 2014: Argentina 1×0 Irã – 1 gol
Brasil 2014: Argentina 3×2 Nigéria – 2 gols
Rússia 2018: Argentina 2×1 Nigéria – 1 gol
Catar 2022: Argentina 1×2 Arábia Saudita – 1 gol
Catar 2022: Argentina 2×0 México -1 gol
Catar 2022: Argentina 2 x 1 Austrália – 1 gol
Catar 2022: Argentina 2 (4) x (2) 2 Holanda – 1 gol
Catar 2022: Argentina 3 x 0 Croácia – 1 gol
Catar 2022: Argentina x França – 2 gols

Ainda teve mais no primeiro tempo. Aos 35 minutos, Messi enganou toda a defesa francesa com um passa simples e magistral ao mesmo tempo, encontrou Mac Alister, que avançou e cruzou para Di María só empurrar para o fundo do gol.

Com a coisa bem perto de degringolar de vez, Didier Deschamps, que também tinha o grupo nas mãos, fez logo duas trocas: saíram Giroud e Dembélé para as entradas de Thuram e Kolo Muani no ataque. Os sul-americanos pareceram nem ligar muito e continuaram a segurar a bola com a entrosada dupla, desde os tempos de seleção de base, Messi-Di Maria.

Faltava Mbappé no duelo

Mbappé ficou devendo no primeiro tempo para quem esperava um duelo de camisas 10. Não exatamente por uma marcação especifica, mas por um esquema que não fazia que abola passasse por seus pés. Para piorar, tampouco parecia estar nos seus melhores dias. Os craques de verdade, no entanto, não se abalam e aproveitam as oportunidades que têm em um intervalo de dois minutos.

Aos 34 minutos do segundo tempo, Otamendi fez um pênalti bobo e recolocou a França no jogo. Mbappé, com a frieza que lhe convém, bateu forte para vencer Emiliano Martínez. No contra-ataque seguinte, em um lance que os argentinos reclamaram de falta em Messi, Coman roubou a bola e cruzou para Mbappé em um belo voleio empatar a partida de forma espetacular. Os reservas dos Bleus não tomaram conhecimento e simplesmente invadiram o campo.

Todos os gols de Kylian Mbappé em Copas do Mundo (12)
Rússia 2018: França 1×0 Peru — 1 gol
Rússia 2018: França 4×3 Argentina — 2 gols

Rússia 2018: França 4×2 Croácia — 1 gol
Catar 2022: França 4×1 Austrália — 1 gol
Catar 2022: França 2×1 Dinamarca — 2 gols
Catar 2022: França 3×1 Polônia — 2 gols
Catar 2022: França x Argentina — 3 gols

Emoção até o final

Além de assustada, e até menos fortalecida tecnicamente, sentiu o cansaço na prorrogação. Nem por isso deixou de atacar. Para variar, Lautaro Martínez perdeu dois gols — em um deles, o zagueiro Upamecano ainda que teve muitos méritos.

Quando Lautaro estava pronto para desperdiçar a sua terceira oportunidade, em ótima defesa de Lloris, a bola voltou no pé do camisa 10 argentino que marcou o seu segundo gol na partida, o 13º em Copas.

Mas ainda tinha mais emoção, aos 12 minutos da etapa final, Montiel se jogou na bola e o árbitro marcou pênalti. Mbappé foi outra vez para a bola e deixou, de novo, tudo igual.

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