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Documentário conta a história de Amilton Melo, nome marcante da história do Clássico-Rei

Documentário conta a história de Amilton Melo, nome marcante da história do Clássico-Rei

Foto: Divulgação

O documentário “Amilton Melo – ídolo de todos” tem pré-estreia marcada para a manhã do próximo sábado (25). A produção narra as glórias e dramas do meio-campista, tido como um dos maiores jogadores cearenses em todos os tempos, campeão por times históricos de Ferroviário, Fortaleza e Ceará em apenas nove anos de uma carreira marcada por gols, títulos e polêmicas. A sessão ocorre para convidados, no cinema do Shopping RioMar Fortaleza.

O filme é dirigido pelo jornalista Ciro Câmara e pelo documentarista Vinicius Augusto Bozzo, em produção da Sinfonia Filmes em associação com a MT Vídeo Produções. É baseado na autobiografia do ex-jogador – “Amilton Melo: o craque e o futebol cearense” (1987) – e contou com entrevistados como o cantor e compositor Raimundo Fagner, os ex-jogadores Zico, Sérgio Rêdes, Edmar Araújo e Marco Aurélio, os dirigentes Marcelo Paz, Evandro Leitão, Renan Vieira e Castelo Camurça, o pesquisador Evandro Ferreira Gomes, e cronistas como Tom Barros, Wilton Bezerra e Júlio Sales, além de familiares de Amilton.

Nos 72 minutos de projeção a trama percorre não apenas a carreira de Amilton. Reflete sobre o esporte na década de 1970, o preparo psicológico do atleta para o fim da carreira, as diversas facetas do Amilton pós-futebol e o fim trágico dele, morto em 1997.

“O Amilton é um personagem intrigante. Movimentou o futebol com gols, títulos e rasteiras. Tinha uma personalidade forte, o que fez com que ele priorizasse o futebol cearense e encerrasse a carreira no auge. Mas também era simpático e bom pai. Então ele resume essas muitas personas, essas muitas ‘vidas’ em uma só, que teve um fim trágico e deixou tantas memórias que agora o documentário vem para resgatar”, destaca Ciro Câmara.

Para Sandro Camilo, um dos três filhos de Amilton, resgatar a história do ex-jogador é um misto de sonho realizado e dívida quitada com a memória do pai. “É a realização de um sonho da nossa família que se torna realidade. Um sonho de reavivar a história do nosso pai, enquanto jogador, como pai, cidadão. Vários ídolos do passado são esquecidos e achamos que tínhamos o dever de tornar imortal essa história, para as futuras gerações e também para os familiares que não o conheceram”, revela. “Muitas histórias do documentário eu nem tinha conhecimento”, acrescenta Sandro, que assina como um dos produtores executivos do filme.

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Perfil Amilton Melo

Nascido no distrito de Sucesso, em Tamboril, em 1949, Amilton Melo chegou em Fortaleza ainda criança. Iniciou os bate-bolas nas ruas do Parque Araxá e, em pouco tempo, já despontava como promessa no futebol de salão. A passagem para o campo foi natural. Mesmo com idade de juvenil, disputou partidas oficiais pelo Guarany de Sobral e América pelo Estadual de 1967. Em uma delas, a preliminar de um amistoso do Fluminense no PV, fisgou as atenções de ninguém menos que Telê Santana, treinador do Tricolor.

“De repente batem no portão aqui de casa e era o Telê querendo falar com meu pai pra levar o Amilton pro Rio”, conta a irmã do ex-jogador, Hildete Melo, que ainda hoje reside na mesma casa do encontro histórico. Foram dois anos na Cidade Maravilhosa e o retorno ao Ceará para assinar contrato profissional com o Ferroviário, iniciando trajetória de sucesso nos gramados locais e transações entre rivais que movimentaram as principais torcidas do estado.

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Foi campeão pelo Tubarão naquele ano. Depois de três anos na Barra do Ceará – com breve passagem pelo Atlético Mineiro comandado por Telê – assinou com o Fortaleza. Integrou o time bicampeão estadual em 1974, quando formou o histórico Quadrado de Ouro, ao lado de Chinezinho, Zé Carlos e Lucinho, sob o comando de Moésio Gomes. Em 1977, deixou o Pici e rumou para Porangabuçu, onde foi peça importante no meio-campo do time tetracampeão cearense em 1978. Descontente por não ter o contrato renovado imediatamente, encerrou a carreira poucos meses após o título, tendo experimentado breve retorno aos gramados em 1990, pelo Calouros do Ar.

“Para mim, dos que eu vi jogar nos últimos 50 anos, o Amilton Melo é o maior jogador do futebol cearense”, aponta o comentarista Wilton Bezerra, que chegou a dividir bancada com Amilton na TV Educativa (hoje TV Ceará), quando o ex-jogador enveredou pela crônica esportiva, já aposentado dos gramados. Amilton atuou ainda nos ramos de construção civil, bancário, como comentarista de rádio e TV, e também como cantor e compositor, tendo lançado um vinil, Forregue.

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