BALANÇO

Após uma semana, ninguém foi preso pelo ataque ao ônibus do Fortaleza

Um jovem chegou a se apresentar à polícia admitindo autoria de uma das pedradas, mas foi liberado após depor

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29 de fevereiro de 2024
Patrícia Calderón

Uma semana depois do ataque contra o ônibus da delegação do Fortaleza Esporte Clube, em Pernambuco, ainda não houve prisões relacionadas à ocorrência. Ocorrido na última quinta-feira (22), após a partida contra o Sport, os jogadores foram atingidos por pedras e bomba a caminho de Recife.

Após uma semana, ninguém foi preso pelo ataque ao ônibus do Fortaleza
Foto: Reprodução

Na última segunda-feira (26), um jovem de 19 anos chegou a se apresentar na Coordenação de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil de Pernambuco para assumir a autoria de uma das pedradas. Após depor à polícia, ele foi liberado.

Em depoimento de cerca de 40 minutos, na companhia do advogado, o homem relatou que teria entrado em um ônibus fretado por outros torcedores pela ausência de transporte coletivo após o empate entre os times. No trajeto para casa, o veículo teria parado para prestar auxílio a um outro ônibus, de torcida organizada, que estaria com defeito e, enquanto recebia ajuda, organizada teria sido avisada que um veículo de grupo rival estaria se aproximando deles.

Com a informação, o grupo teria se munido de pedras e, quando um ônibus se aproximou, foi atingido pelas janelas, que foram quebradas. O ônibus se tratava, no entanto, da delegação do Fortaleza e não de qualquer torcida organizada.

Ainda não foram feitas prisões após o ataque ao ônibus do Fortaleza

O ataque ocorreu quando os atletas do Fortaleza retornavam da Arena Pernambuco após o empate em 1 a 1 contra o Sport pela Copa do Nordeste. Torcedores do time pernambucano atiraram pedras e bombas contra o ônibus da equipe adversária. Seis jogadores ficaram feridos e precisaram de atendimento em um hospital de Recife.

O que houve de consequência prática, após o fato, diz respeito à atuação do time pernambucano e a participação da torcida. O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, deferiu na última sexta-feira (23) um pedido da Procuradoria e determinou que o Sport jogará de portões fechados e sem torcida, como visitante, nas competições chanceladas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Sequelas

De acordo com Cláudio Maurício, Diretor de Saúde e Performance do Fortaleza, “todos os atletas, comissão técnica e diretoria que presenciaram o atentado podem trazer algumas sequelas psicológicas por um longo prazo”. “Primeiro é importante que a gente entenda que não são só os seis atletas que estão mais machucados, que tem sequelas do que ocorreu. Na verdade, todos os atletas, comissão técnica e diretoria que presenciaram aquilo podem trazer algumas sequelas psicológicas por um longo prazo, o que a gente chama de transtorno de estresse pós traumático. É difícil você mensurar como cada uma vai responder”, disse o profissional.

Adiamento

Desde então, a CBF confirmou o adiamento da partida entre Fluminense-PI e Fortaleza, válida pela primeira fase da Copa do Brasil de 2024. O pedido de adiamento foi feito pelo clube cearense após o atentado. A partida, originalmente marcada para o dia 29 de fevereiro, foi remarcada para o dia 3 de março.

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