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Como a guerra na Ucrânia aposentou o atacante Júnior Moraes

Como a Guerra na Ucrânia Aposentou o Atacante Júnior Moraes

Foto: Getty Images

O atacante brasileiro Júnior Moraes, de 37 anos, decidiu pendurar as chuteiras em meio a uma situação inesperada: o trauma causado pela guerra na Ucrânia. Ex-jogador do Shakhtar Donetsk e com uma carreira sólida no futebol europeu, ele encerrou sua trajetória nos campos após perceber que, apesar de sua forma física, o impacto psicológico da guerra afetava seu rendimento. A decisão de parar veio sem alarde, marcada pela necessidade de cuidar de sua saúde mental e da família.

Moraes, que viveu por 10 anos na Ucrânia, foi um dos atletas afetados pela invasão russa em 2022. Ele conta que, além do sofrimento pessoal, a guerra também afetou profundamente seus filhos, Lucas, de 9 anos, e Julia, de 7, que, apesar de estarem em segurança, convivem com o sofrimento de não saber o destino de amigos que permaneceram no país. O atacante lembra das dificuldades de explicar às crianças os efeitos do conflito e o impacto que isso teve em suas vidas, incluindo questões comportamentais.

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Após o início da guerra, a FIFA permitiu que jogadores estrangeiros rescindissem seus contratos com clubes ucranianos e russos, o que possibilitou a saída de Moraes da Ucrânia. Ele voltou ao Brasil em 2022 para jogar no Corinthians, mas os problemas de saúde começaram a aparecer: febres inexplicáveis, reações alérgicas e crises de depressão que afetaram sua performance dentro de campo e suas relações familiares. Em determinado momento, Moraes percebeu que não poderia mais manter o ritmo de vida que levava.

“O corpo gritava, eu me recuperava e achava: ‘Agora vai!’, mas não ia. Chegou o momento em que entendi que precisava cuidar de mim”, declarou o ex-jogador. Moraes revelou que, ao chegar em casa após os treinos, não tinha condições de brincar com seus filhos, o que afetou sua relação com a família.

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Após encerrar sua carreira de 17 anos no futebol profissional, Moraes se dedicou a ajudar instituições beneficentes ucranianas e se planeja para se tornar um agente de carreiras de atletas, auxiliando jogadores na transição para a vida pós-futebol. O ex-atacante vê essa nova fase como uma forma de evitar que outros talentos se percam no caminho e para apoiar o desenvolvimento pessoal de futuros atletas.

Apesar de sua aposentadoria e nova carreira, o desejo de Moraes é claro: o fim da guerra na Ucrânia. Ele compartilhou o sonho de um dia retornar ao país, o que representaria não apenas a reconciliação com seu passado, mas também a esperança de paz. “Vai ser o dia mais feliz da minha vida”, disse. “Porque vai parar de morrer gente todos os dias.”

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