Presidente alega que não reajustou valor acima da inflação devido à pandemia, mas diz que vai buscar solução com Congresso
Bolsonaro critica Lula e promete aumento real para o salário mínimo em sabatina da Record TV
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, participou nesta segunda-feira (26) de sabatina na Record TV. Ele criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela condução do processo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário dele neste ano. Bolsonaro afirmou ainda que vai propor um reajuste acima da inflação para o salário mínimo em um eventual novo mandato dele à frente do Palácio do Planalto e que vai manter o Auxílio Brasil a R$ 600 no ano que vem.
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No projeto da Lei Orçamentária (PLOA) de 2023 enviado ao Congresso Nacional, a projeção do mínimo estabelecida pelo governo federal é de R$ 1.302, valor que não representa um ganho real. No entanto, o presidente disse que pode trabalhar com o parlamento para aumentar o valor.
“Como o nosso governo não rouba, diferentemente do Lula, que roubou a nação em tudo quanto é lugar, sobra dinheiro para você, em concordância com projetos junto ao parlamento brasileiro, buscar dar um reajuste maior para o salário mínimo”, afirmou Bolsonaro. De acordo com ele, o valor do salário mínimo não foi reajustado para acima da inflação em 2020, 2021 e 2022 devido à pandemia da Covid-19.
“Nós gastamos R$ 700 bilhões 2020 não só para combater o vírus, mas com recursos para estados e municípios e para auxílio emergencial. Nós pagamos auxílio emergencial para 68 milhões de pessoas em 2020. Não tínhamos como ir além do reajuste equivalente ao da inflação”, destacou.
Bolsonaro fala das eleições
Durante a sabatina, Bolsonaro disse que só vai aceitar ser derrotado no pleito deste ano mediante “eleições limpas”, mas não explicou como faria para diagnosticar que o processo eleitoral transcorreu sem fraude. Ele também criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por não acolher sugestões de aperfeiçoamento do sistema eleitoral dadas pelas Forças Armadas.
“Com eleições limpas, sem problema nenhum. Assim como você não tem hoje em dia como comprovar um processo eleitoral, o outro lado não tem como comprovar que ele foi sério também. Eles convidaram as Forças Armadas, que apresentaram várias sugestões, mas foi uma briga para aceitar uma outra sugestão, uma má vontade enorme do TSE para com as Forças Armadas para nós buscarmos uma maneira de diminuir a possibilidade de fraude”, disse o presidente.
Bolsonaro ainda sugeriu que os ministros do TSE podem burlar o resultado do pleito para que ele perca. “Os mesmos juízes que tiraram o Lula da cadeia e o tornaram elegível são exatamente os mesmos que conduzem o processo eleitoral brasileiro e que tudo dificultam para que a Comissão de Transparência Eleitoral consigam participar para evitar a possibilidade de questionamento ao término das eleições.”
Auxílio Brasil
O presidente garantiu que vai tornar o Auxílio Brasil de R$ 600 definitivo a partir do ano que vem, em caso de reeleição. O valor original do programa é R$ 400, mas desde a partir de agosto deste ano as famílias beneficiárias passaram a receber um adicional de R$ 200 em virtude dos reajustes nos preços dos combustíveis.
A PLOA do ano que vem prevê o pagamento do benefício a R$ 400, mas Bolsonaro afirmou que o valor será ampliado. Segundo ele, isso será possível com a taxação de lucros e dividendos de pessoas que ganham acima de R$ 400 mil por mês.
“Já está acertado com o ministro [da Economia] Paulo Guedes. Temos da onde tirar esses R$ 600 de forma definitiva. Então, é palavra minha, é a palavra do Paulo Guedes, é do próprio Arthur Lira [presidente da Câmara], que bota em votação. Segundo o Paulo Guedes, em cima disso [taxação de lucros] dá até para dar uma mexida uma na tabela do imposto de renda. Mas está garantido os R$ 600”.
Bolsonaro foi o primeiro a participar das sabatinas que a Record TV realiza nesta semana com os candidatos à Presidência da República. Além dele, serão entrevistados Ciro Gomes (PDT), na terça (27), e Simone Tebet (MDB), na quarta (28). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado, mas não quis comparecer.
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