O equipamento cultural abre ao público de quinta-feira a domingo e tem entrada gratuita.
Pinacoteca do Ceará é inaugurada no Complexo Estação das Artes, no Centro de Fortaleza
A Pinacoteca do Ceará foi inaugurada no último sábado (3) e já está aberta a visitação pública. O museu de acervo de pinturas é o mais novo equipamento cultural a compor o Complexo Estação das Artes, localizado no Centro de Fortaleza, assim como Mercado AlimentaCE, Estação das Artes, Centro de Design e Museu Ferroviário.
Com 9.275 metros quadrados de área total, a Pinacoteca do Ceará, um museu público do Governo do Estado, é a maior Pinacoteca do Brasil. “Esse é um momento muito especial e emocionante. Estar aqui entregando um equipamento tão bonito, tão sonhado. E eu desejo muito que a força desse sonho, que fez realizar esse sonho, permaneça para fazer tudo isso funcionar muito bem”, declarou Izolda Cela.
O prédio localizado na Praça da Estação é composto por grandes áreas expositivas para mostras de longa e curta duração. O ineditismo não está só nas suas dimensões físicas, mas na missão de ser muito além de um local para exposições de arte e salvaguarda do acervo estadual. É principalmente um museu-ateliê que prioriza a educação para a arte e a formação com vocação para ser referência de conhecimento em artes visuais no país.
“Aqui foi feita uma restauração, justamente para garantir que a história, que está também nas edificações, possa ser preservada. Fazendo disso um lugar mais especial ainda”, destacou a governadora, ao pontuar a importância da memória arquitetônica da cidade.
Estrutura Pinacoteca do Ceará
O equipamento tem a proposta de ser um espaço de experimentação, pesquisa e reflexão, promovendo o diálogo entre arte e educação a partir da dinâmica de práticas artísticas para todo o estado. Suas dimensões são comparáveis aos grandes museus brasileiros, como a Pinacoteca de São Paulo (7.462 m2) e o Masp (10.485 m2).
“A Pinacoteca do Ceará é a maior do Brasil a partir de hoje. Essa política cultura deu um salto durante o governo atual, o que nos deu condições de realizar essas ações diretas de tormento as artes e na rede de equipamentos estaduais, e investindo também em editais da cultura”, pontuou Fabiano Piúba, secretário da Secult.
A Pinacoteca do Ceará atuará como parte da Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais da Secretaria de Cultura Estado do Ceará (Secult Ceará) sob a gestão do Instituto Mirante de Cultura e Arte. O prédio está equipado com laboratório de conservação, restauro e higienização; ampla reserva técnica climatizada com padrões térmicos e de controle de umidade adequados para a manutenção do seu acervo, ambiente para pesquisa e catalogação; áreas de manutenção e oficinas, para recebimento e montagem das mostras; ateliês e laboratórios para cursos do programa de formação; auditório, loja, café, áreas de apoio e espaços multiúsos.
“Nós somos em plural, e nós somos a soma de todos que antes trabalharam com persistência na cultura cearense para que chegássemos a esse momento. Isso aqui é um sonho de quase 80 anos, que coube a nós, nessa geração, uma coragem, em um momento político. Quando a cultura passa por um momento muito sombrio e severo, junto à pandemia, tivemos nesse momento a coragem, junto as todos que trabalharam aqui”, enfatizou Rian Fontenele.
Exposições
O espaço vai abrir com a mostra “Bonito para Chover”, um conjunto de três exposições de longa duração. “Abrimos esse espaço com a mostra “Bonito pra Chover”, uma expressão cearense que todos nós conhecemos e traz uma anunciação de fé renovada, de esperança renovada e de nos mantermos em pé em terra árida”, explicou o diretor da Pinacoteca do Ceará, que homenageou o professor Gilmar de Carvalho, falecido durante a pandemia.
A mostra é um gesto político da Pinacoteca do Ceará em abrir ao público com exposições de artistas cearenses, dois centenários de pintores reconhecidos nacional e internacionalmente – colocando a instituição em um lugar de valorização do seu patrimônio – e de seus artistas vivos, que colaboram para a construção da cultura deste estado. Somando as obras das três exposições, a grande mostra apresenta um total de 982 obras no espaço, sendo 759 obras do acervo da Pinacoteca do Ceará e 223 de outras coleções.
São elas:
“Amar se Aprende Amando” sobre o centenário de nascimento do artista cearense Antonio Bandeira, a partir de obras que integram o acervo do Governo do Ceará. A curadoria é assinada por Bitu Cassundé, com curadoria adjunta de Chico Porto. A exposição é composta por 645 obras sendo 1 emprestada e o restante pertencente ao acervo da Pinacoteca do Ceará.
“No Lápis da Vida não Tem Borracha” que aborda o centenário de nascimento do artista cearense Aldemir Martins, a partir de obras que levam o olhar do visitante para o desenho, linha, traço, luz e sombra em sua produção ainda pouco vista nesse recorte. A curadoria é assinada por Rosely Nakagawa, com curadoria adjunta de Waléria Américo. A exposição é composta por um total de 168 obras, sendo 24 obras do acervo da Pinacoteca do Ceará e 144 obras emprestadas.
“Se Arar” lança um olhar sobre a história da arte no Ceará, a partir de obras que integram o acervo do Governo do Estado e de obras de 169 artistas, sendo 40 convidados, atravessando diversas gerações de artistas, buscando descobrir novos-velhos fatos e assim produzir uma memória viva. A curadoria é formada por Cecília Bedê, Herbert Rolim, Lucas Dilacerda, Maria Macedo e Adriana Botelho. A exposição é composta por um total de 169 obras, sendo 91 obras do acervo da Pinacoteca do Ceará e 78 obras emprestadas.
“Esse lugar bonito, patrimônio cultural cearense, conecta o Ceará com o Brasil. Pois o que fazemos aqui não é regional, o que fazemos aqui é política pública cultural nacional. Somos uma luz acesa no Brasil e para o Brasil”, finalizou Fabiano Piúba.
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