O grupo Quinteto Violado e a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará homenageiam o cantor Luiz Gonzaga com o espetáculo “Gonzagão Sinfônico” em Fortaleza, neste sábado (23). Durante 80 minutos, o público acompanhará os grandes sucessos do Rei do Baião. O repertório destaca canções escolhidas entre as mais de 500 que foram registradas nos 56 discos gravados pelo “Velho Lua”, como “Asa Branca”, “Qui nem Jiló”, “Sabiá” e “Sala de Reboco”.
Com sua voz, o artista pernambucano de Exu se tornou ícone do Nordeste, levando o forró pé de serra para todos os cantos do mundo.
“Gonzagão Sinfônico”: viva Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. É um dos oito filhos de Januário José dos Santos, o mestre Januário, “sanfoneiro de 8 baixos”, e Ana Batista de Jesus. Aos 13 anos, com dinheiro emprestado, comprou sua primeira sanfona. Foi com o pai que Luiz aprendeu a tocar o instrumento. Não era adolescente ainda quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai.
Após servir o Exército no Crato, o homenageado em “Gonzagão Sinfônico” partiu para o Rio de Janeiro e começou a participar de programas de calouros. Foi no programa de Ary Barroso, na Rádio Nacional, que se destacou ao ficar em primeiro lugar com a música “Vira e Mexe”. Passou a gravar discos, como sanfoneiro, para outros artistas.
Na década de 40, Luiz Gonzaga se consolidou, assim, como um dos artistas mais populares do País, vindo a se tornar o Rei do Baião. Trajado com chapéu, gibão e sua inseparável sanfona branca, teve suas músicas regravadas por jovens cantores, como Geraldo Vandré, Gilberto Gil e Caetano Veloso, que o citavam como influência. Nos anos 1980, sua carreira tomou novo impulso. Gravou com Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Milton Nascimento. Cantou para o papa João Paulo II, em Fortaleza. Gravou 56 discos e compôs mais de 500 canções. Em 1989, faleceu vítima de parada cardiorrespiratória.
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Quinteto Violado
Criado em Pernambuco no momento pós-tropicalista (1971), o Quinteto Violado focou seu trabalho na música regional, valorizando a cultura brasileira através, inclusive, de trabalhos de pesquisa e agregando as experiências pessoais dos seus integrantes. Desde então, o Quinteto e sua identidade sonora, construída, portanto, a partir do contrabaixo, violão, viola, flautas, teclados, percussão e vozes, conquistam cada vez mais admiradores em todo Brasil e também em vários países do mundo.
Formado, além disso, por Toinho Alves, Marcelo Melo, Luciano Alves (Ciano), Roberto Menescal e Eduardo de Carvalho Alves (Dudu), o Quinteto Violado é um patrimônio da música nacional, sendo reconhecido, inclusive, pelo próprio Luiz Gonzaga como, aliás, um dos grupos que melhor representa sua música.
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OSUECE
O projeto da OSUECE é uma ação tríplice de ensino, pesquisa e extensão que atua, inclusive, como agente aglutinador de músicos de diferentes camadas sociais e alunos matriculados em cursos superiores da UECE. É, sobretudo, uma orquestra jovem que tem, além disso, um compromisso de inclusão social e acadêmica. Abre perspectivas, assim, para a orientação e apoio aqueles estudantes de música que procuram uma oportunidade de ingressar na universidade.
Com o projeto da orquestra iniciado em agosto de 2008, a OSUECE estreou um ano depois, em 2009. Desde então, trabalha, dessa forma, um conjunto variado de obras em seu repertório, de compositores brasileiros em geral, com destaque especial, inclusive, para jovens compositores cearenses que desenvolvem atividade no Bacharelado em Composição da UECE, arranjos e adaptações de grandes obras populares e, além disso, obras do repertório tradicional sinfônico.
É formada, além disso, por cerca de 65 integrantes distribuídos, portanto, entre os naipes das madeiras, metais, percussão e cordas. A direção e regência titular é do professor Alfredo Barros, maestro e compositor, doutor em Artes Musicais pela Universidade do Texas, Austin, Estados Unidos.
O espetáculo “Gonzagão Sinfônico” será apresentado em Fortaleza, neste sábado (23), no Cineteatro São Luiz.