Neste domingo (23), o Câmera Record traz relatos de pessoas que, por problemas familiares, com drogas e financeiros, passaram a viver dentro de veículos.
Para o urbanista Vinicius Andrade, a ideia de morar em um carro é uma alternativa criativa, mas que não resolve o problema. “Da total escassez, eles encontram caminhos para se virar. Mas é difícil dizer que essas situações são moradias dignas, porque não tem a qualidade desejada e, principalmente, não fazem da pessoa um cidadão”, explica.
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Há sete meses, Gilmar Braz e a esposa moram com os seis filhos dentro de um ônibus adaptado. E este não é o primeiro carro que transformaram em casa – já tiveram duas kombis e um veículo escolar. O ônibus que abriga a família agora fica parado perto de uma estação de trem e metrô, na região central de São Paulo.
“Às vezes, passam amigos da escola e os meninos se escondem, porque têm vergonha de morar aqui”, lamenta Gilmar.
Na mesma rua da família Braz, um outro veículo serve como lar para João. E ele está longe de viver sozinho: cuida de dez cachorros e um ganso. Ele conta que foi a única solução que encontrou depois de ter perdido muito dinheiro. “Para falar a verdade, é humilhante. Debocham, jogam coisas nos cachorros… E cadê o respeito?”, diz.
Robson vive em um carro abandonado há um ano. Ele se desentendeu com a família por causa de problemas com drogas e saiu de casa. Hoje, recolhe e vende material reciclado. Segue em busca de emprego, mas com muita dificuldade. “O fato de você estar na rua, aí já falam: ‘Na rua? Não tem como'”, conta.
Ele já estava há um ano sem ver o pai. Não teve coragem de contar que passou a viver em um carro, mas, junto com a equipe do Câmera Record, decidiu finalmente reencontrá-lo.
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